Abapa monitora ramulária no início da safra de algodão da Bahia

Nesta primeira etapa foram distribuídos coletores de esporos em 16 áreas estratégicas em propriedades de algodão do Oeste da Bahia

29.01.2020 | 20:59 (UTC -3)
Hebert Regis

Para contribuir para a melhoria da eficiência no manejo da  mancha da ramulária neste início da safra, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) está apoiando o desenvolvimento do Projeto Monitora Oeste, desenvolvido pela Embrapa e Fundação Bahia. Nesta primeira etapa foram distribuídos coletores de esporos em 16 áreas estratégicas em propriedades de algodão do Oeste da Bahia. O objetivo é detectar a presença do patógeno causador da doença no ambiente antes da sua ocorrência. Com previsão de ocupar uma área de 315 mil hectares, a nova safra de algodão na Bahia teve início em dezembro e a data limite da semeadura é até o dia 10 de fevereiro. 

“A ramulária do algodão é provocada pela presença de um fungo disseminado pelo vento. Caso este método funcione adequadamente, a principal vantagem é a identificação e a confirmação da presença do patógeno no ambiente de forma precoce, antes do desenvolvimento dos primeiros sintomas da doença, que pode provocar a desfolha, induzir a abertura precoce dos capulhos  e implicar na perda de produtividade e na qualidade da fibra”, explica o pesquisador da Embrapa, Fabiano Perina. 

A detecção da doença nos estádios iniciais exige a realização de monitoramento periódico nas áreas de algodão com vistas a identificar a presença de sintomas e de estruturas dos fungos causadores dessas doenças, por meio da coleta e análise de folhas. “Este trabalho vem sendo desenvolvido pelos técnicos do programa fitossanitário da Abapa nas áreas de algodão,  o monitoramento da doença e do patógeno é de suma importância e exige a identificação correta e precisa, por pessoas treinadas, seguindo critérios técnicos, para assegurar maior eficiência do controle da doença no campo”, explica o coordenador do programa fitossanitário da Abapa, Antônio Carlos Araújo. 

Caso seja atrelado a um sistema de aviso ou alertas, o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, acredita que este programa vai beneficiar diretamente os produtores de algodão reduzindo as perdas de produtividade e garantindo maior qualidade da fibra, possibilitando maior rentabilidade para os produtores. “Será também fundamental para a tomada de decisão ligada ao combate do fungo na lavoura possibilitando o melhor uso das técnicas e de defensivos agrícolas para evitar a proliferação da mancha da ramulária na lavoura”, afirma. Financiando pelo Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e Prodeagro, o projeto Monitora Oeste também conta com o apoio dos técnicos do programa fitossanitário da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) para o monitoramento da Ferrugem Asiática. 

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