Adjuvante específico para fungicida protetor é lançado no Brasil

Produto é específico para aplicação de fungicidas protetores como o Mancozeb, Clorotalonil e derivados de Cobre

10.02.2021 | 20:59 (UTC -3)
Kassiana Bonissoni

A DVA Agro acaba de lançar no Brasil o Facility, um adjuvante específico para aplicação de fungicidas protetores como o Mancozeb, Clorotalonil e derivados de Cobre. A empresa traz ao País um conceito semelhante aos usados nos Estados Unidos, onde é desenvolvido um adjuvante para cada tipo de aplicação. “Aqui culturalmente os produtores estão mais acostumados a utilizar produtos com menor preço e para qualquer tipo de aplicação. Mas, as tecnologias e o alto investimento em P&D tem contribuído para mostrarmos aos produtores novas ferramentas mais assertivas”, destaca Bruno Francischelli, coordenador de marketing.

A novidade vem ao encontro do crescimento constante da adoção dos fungicidas protetores por parte dos produtores, principalmente porque estão trabalhando mais os manejos de resistência. O profissional esclarece que dentro do custo de aplicação do produtor, o adjuvante é a parte pequena. “Então, muitos não se preocupam tanto se é o produto certo, se traz benefícios reais ou não. Nosso caminho é justamente o contrário. O custo do adjuvante é mais barato, mas o do defensivo é alto. Se eu melhoro a aplicação, tenho mais resultados e melhor aproveitamento do agroquímico. Um adjuvante bem posicionado não entrega resultado, ele faz com que o defensivo para qual foi desenvolvido entregue mais”, explica Francischelli.

Proteção prolongada

Quando se fala em fungicida protetor, o nome já diz, ele é protetor, então quanto mais tempo na lavoura ele ficar, maior o efeito residual e a proteção é prolongada. O Facility, conforme conta Natália Gonçalves, líder global de adjuvantes na DVA Group, tem um efeito cola na folha da planta, além de formar gotas pequenas no momento da pulverização.

“Para um fungicida protetor o ideal é que se formem muitas gotas durante a pulverização e que elas se espalhem e recubra toda a folha. Facility promove a formação de gotinhas pequenas e densas, o que garante um recobrimento pela calda de toda a área de aplicação, inclusive no baixeiro onde ocorre maior incidência da doença. Além disso, a quebra de tensão superficial da calda deve ser controlada a um nível ótimo de aplicação para garantir um espalhamento local apenas, isso para que os esporos dos fungos não tenham facilidade em difundir-se e proliferar”, detalha a profissional.

Quando mal utilizado ou mal escolhido, um adjuvante pode prejudicar a lavoura. Natália conta que neste tipo de aplicação, uma gota grande que se espalha por toda a folha pode até mesmo ser prejudicial para o controle, uma vez que a gota irá espalhar o fungicida, mas também pode espalhar a doença em questão.

Com esse modo de ação específico, inclusive para o Mancozebe, o Facility, em pesquisas de campo da empresa realizadas no Brasil, Paraguai e Argentina, alcançou incremento de mais 10% na produtividade na soja quando comparado a testemunha e adjuvantes comuns de mercado.

Efeito filme sem entupimento

O Facility é recomendado para multiculturas, muito eficaz para aquelas com muitas folhagens, como a soja, por exemplo. “Quando aplicamos o fungicida na oleaginosa, ela está totalmente fechada e o fungo se dá principalmente na parte de baixo onde a umidade é maior.  Fazer com que a gota atinja essa parte de baixo é mais difícil, então vem o nosso adjuvante e muda a reologia da calda de pulverização e promove a queda de gotas mais finas, densas e com sistema antideriva”, diz a líder.

Além disso, o produto é formador de um filme. “Ele tem um sistema de cola que funciona somente quando a calda de pulverização seca sobre as folhas, formando um filme polimérico sobre elas. Esse filme é o que mantém o fungicida protetor por mais tempo na cultura e evita também a lavagem por chuva”, cita Natália.

Mas, como o Facility cola na folha e não no sistema de pulverização, o que acarretaria entupimento de bicos e filtros? A profissional afirma que isso não acontece porque o sistema desse adjuvante é controlado para que a polimerização ocorra somente quando a água da aplicação é evaporada. “Quando em água, ou seja, durante a pulverização da calda, o Facility contém monômeros em solução que tendem a envolver e proteger o fungicida da interação com os bicos, filtros e outros químicos da calda”, relata.

Assim, ele é um excelente parceiro para garantir a compatibilidade da mistura e a limpeza das máquinas durante a aplicação. “A reação entre os monômeros para a formação do polímero ocorre somente quando a água é evaporada, ou seja, após a gota atingir a folha. Então, a formação do filme e sistema de cola só ocorre quando a calda de pulverização atinge o alvo”, aponta.

A escolha correta do adjuvante é fundamental para uma boa produção e para a sustentabilidade da atividade. “Vejo muitos adjuvantes mal posicionados no mercado, apenas por apelo comercial das empresas, inclusive adjuvantes que reduzem a eficácia de produtos. A curto prazo, o que o agricultor observa é apenas a facilidade na aplicação, ou seja, o não entupimento de bicos, filtros e simplificação da limpeza de máquinas. Porém, a conta pode chegar no final da colheita com a menor produtividade”, aponta Natália.

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