AgBiTech assume liderança do mercado de baculovírus para lagartas da soja

Empresa participou do manejo de dois milhões de hectares na última safra

27.07.2020 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

A participação da australo-americana AgBiTech na movimentação de biológicos para lagartas da soja atingiu 17% das vendas da categoria, de US$ 18 milhões, na safra 2019/20. O resultado alçou a empresa à condição de player do segmento, e ao mesmo tempo a tornou líder do mercado de baculovírus para a oleaginosa. Os dados são da Spark Consultoria Estratégica. No mesmo período, somados, produtos da AgBiTech para lagartas da soja e de outras culturas, segundo informa a empresa, atingiram dois milhões de hectares tratados, crescendo mais de 200% em relação aos 600 mil hectares do ciclo 2017-18, quando a marca fez sua estreia comercial.

Conforme a Spark, na safra passada o mercado total de inseticidas para lagartas, incluindo produtos químicos, caiu 5%, em valor, para US$ 480 milhões. Houve queda também, de 6%, em área tratada, para 64,6 milhões de hectares. Na contramão do mercado, as vendas dos bionseticidas para lagartas da soja cresceram 28% ante o ciclo 2018-19. Em área tratada, no mesmo período, saltaram 19%, para 1,7 milhão de hectares.

Os dados da Spark antecipam forte tendência de avanço contínuo do mercado de biológicos, já que a adesão aos insumos atingiu 21% dos agricultores, nas áreas analisadas pela consultoria, na safra 2019-20. Projeções da indústria também apontam que num período estimado entre cinco e dez anos, os inseticidas biológicos responderão por cerca de 20% (US$ 150 milhões) das vendas de inseticidas (mercado total), hoje da ordem de US$ 900 milhões.

Novo comando

O desempenho obtido pela empresa no Brasil levou o fundo controlador da empresa, Paine Schwartz Partners (PSP), a eleger o País como seu principal mercado-chave. Está agora à frente da estratégia de negócios da AgBiTech o executivo brasileiro Adriano Vilas Boas. Até junho último, ele era o CEO para a América Latina, e acaba de assumir ao posto de CEO Global.

Fora do Brasil, diz Vilas Boas, a AgBiTech buscará o crescimento em mercados consolidados, casos dos Estados Unidos e da Austrália, e também nas regiões consideradas emergentes, como países da África e áreas do Paraguai, neste último em virtude da acelerada expansão da sojicultura.

A AgBiTech promoveu ainda mudanças na liderança da empresa no âmbito local, com a promoção do engenheiro agrônomo Marcelo Giuliano à diretoria de negócios e vendas e a contratação do agrônomo Murilo Moreira, que assumiu este mês à diretoria de marketing. A diretoria de finanças e operações Brasil foi recentemente entregue ao executivo Eduardo Lopes.

Expansão de negócios

De acordo com Giuliano, para a próxima safra a AgBiTech voltará a reforçar seu portfólio de soluções bioinseticidas. Conforme o executivo, por meio da celebração de um acordo com a startup Tarvos, de Campinas (SP), a empresa também passará a atuar no mercado de monitoramento de lagartas.

A Tarvos, segundo explica seu sócio Andrei Grespan, desenvolveu um sistema de ‘armadilhas’ que possibilita a contagem de ‘mariposas’ por metro quadrado. “Com emprego de satélite, o modelo não demanda conectividade para funcionar com precisão em propriedades dos rincões do País”, resume Murilo Moreira, da AgBiTech.

Moreira acrescenta que o sistema AgBiTech-Tarvos permitirá reduzir custos, na faixa de 20% a 40%, nos tratamentos para controle de lagartas, incluindo a diminuição do uso de produtos químicos. “Esta tecnologia torna possível controlar lagartas da soja e de outros cultivos somente pelo emprego de bioinseticidas, transferindo eficiência e sustentabilidade ao manejo.”

Outras novidades da empresa para a safra 2020-21, conforme Giuliano, serão os lançamentos dos produtos Lepigen e Cartugen, para controle de lagartas na soja Intacta e no milho, respectivamente. Considerados revolucionários por pesquisadores, os baculovírus da AgBiTech agem sobre as chamadas lagartas-problema, principalmente dos gêneros Helicoverpa e Heliothis, Spodoptera frugiperda, Spodoptera eridania e Chrysodeixis includens.


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