AgBiTech registra seu primeiro produto no Paraguai

Empresa do mercadode baculovírus para soja vê país vizinho como estratégico para o crescimento

22.09.2020 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

A australo-americana AgBiTech inicia operação no Paraguai com o registro de seu primeiro produto no país. A empresa passa a comercializar, em parceria com o distribuidor local Glymax, o bioinseticida Surtivo® Soja. Segundo a AgBiTech, Surtivo® Soja constitui uma pré-mistura de baculovírus, pioneira no mundo, para controle de pragas agrícolas, sobretudo lagartas das subfamílias Heliothinae (Helicoverpa armigera, H.zea e Heliothis virescens) e Plusinae (Chrysodeixis includens).

Conforme o CEO Global da AgBiTech, o executivo brasileiro Adriano Vilas Boas, a chegada da empresa ao país sul-americano é parte de um plano estratégico com objetivo de expandir negócios da marca na sojicultura global. “Além do Brasil, dos Estados Unidos e da Austrália, focaremos mercados nos quais a agricultura é emergente e apresenta tendências de crescimento”, resume o executivo.

De acordo com Vilas Boas, a expectativa da AgBiTech é a de reunir um portfólio formado por mais cinco produtos para controle de lagartas da soja paraguaia, até o final de 2021.

Murilo Moreira, engenheiro agrônomo, diretor de marketing da AgBiTech, assinala que a parceria entre a australo-americana e o distribuidor local Glymax contribuirá para impulsionar a demanda por baculovírus na agricultura paraguaia. Atuante desde 2001, a Glymax, segundo seus dirigentes, figura hoje como player local da comercialização de sementes, defensivos agrícolas, fertilizantes e insumos em geral.

No Brasil, conforme Moreira, Surtivo Soja vem sendo comercializado com sucesso desde 2018. O desenvolvimento do produto, informa ele, foi alvo de mais de 150 experimentos de larga escala em regiões da Bahia, de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Participaram dos estudos grupos agrícolas inovadores e também renomados pesquisadores brasileiros.

De acordo com Moreira, Surtivo Soja produz sucessivos ciclos de infecção e reinfecção de lagartas presentes nas lavouras da oleaginosa. “O produto transfere resultados de ponta, ainda, quando aplicado no chamado manejo de resistência de lagartas a ingredientes ativos de inseticidas químicos, um fenômeno crescente e preocupante que atinge à agricultura no plano global”, finaliza o agrônomo.

A participação da AgBiTech na movimentação de biológicos para lagartas da soja brasileira atingiu 17% das vendas da categoria na safra 2019/20. O resultado alçou a empresa à condição de player do segmento, e ao mesmo tempo a tornou líder do mercado de baculovírus para a oleaginosa. Os dados são da Spark Consultoria Estratégica. No mesmo período, somados, produtos da AgBiTech para lagartas da soja e de outras culturas atingiram dois milhões de hectares tratados, crescendo mais de 200% em relação aos 600 mil hectares do ciclo 2017-18, quando a marca fez sua estreia comercial.

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