Agristar cria programa de melhoramento de alfaces

Pesquisadora Carolina Franco trabalhará no desenvolvimento de cultivares adaptadas ao clima brasileiro e com resistência às raças de míldio identificadas no país

28.01.2020 | 20:59 (UTC -3)
Juliana Bonassa

O departamento de pesquisa da Agristar do Brasil vem trabalhando para a tropicalização dos materiais. Para isso criou recentemente um programa voltado para o melhoramento de alfaces, que está sendo desenvolvido em Santo Antônio de Posse (SP) pela pesquisadora Carolina Franco.

Natural da região do Triângulo Mineiro (MG), Carolina é formada em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Uberlândia e mestre pelo programa de Agronomia (Genética e Melhoramento de Plantas), da Universidade Estadual Paulista (UNESP), no Campus de Jaboticabal, integrando o Núcleo de Estudos em Olericultura e Melhoramento (NEOM). Em 2016 iniciou o curso de doutorado pelo mesmo programa, tendo realizado parte do seu projeto na Universidade da Califórnia, em Davis (EUA). Seus principais trabalhos consistiram no monitoramento de raças de míldio da alface (Bremia lactucae) nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Sua relação com a Agristar teve início em 2014, quando a empresa passou a colaborar na coleta de míldio da alface. “Essa parceria foi muito importante por possibilitar a ampliação da área de monitoramento da doença no Brasil, gerando informações inéditas”, ressalta. Hoje responsável pelo programa de melhoramento da cultura na empresa, ela ressalta que a alface é a hortaliça folhosa mais consumida no mundo todo. “No Brasil, os principais problemas observados nesta cultura ainda estão relacionados com adaptação a altas temperaturas e pluviosidade. Quando se trata de doenças, o míldio da alface é uma das principais que ocorrem no inverno, podendo causar até 100% de perdas na lavoura e ainda tem como agravante a ocorrência de várias raças”.

Diante disso, ela explica que o programa foi criado com a finalidade de desenvolver cultivares adaptadas ao clima e, principalmente, com resistência às raças de míldio identificadas no Brasil. “Além disso, os primeiros trabalhos serão voltados para o desenvolvimento de cultivares do tipo crespa e americana, por serem os principais tipos de alface comercializados no país. O trabalho é árduo e requer tempo, mas com toda a infraestrutura que a empresa oferece, com certeza serão obtidos bons resultados”, completa Carolina. 

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