Aluguel de pivôs centrais vai viabilizar aumento da cana irrigada no Brasil

Estratégia foi lançada nesta terça (22) pela Valley durante encontro com profissionais do setor em Ribeirão Preto

23.05.2018 | 20:59 (UTC -3)
Faeza Rezende

Uma grande novidade que impactará o mercado sucroalcoleiro. A possibilidade de alugar pivôs centrais para irrigação de canaviais foi apresentada nesta terça(22) no 1° Seminário Cana Irrigada, promovido pela Valley, em Ribeirão Preto (SP). Durante o encontro que reuniu mais 80 profissionais e empresários do setor, a empresa lançou o projeto Valley Rental, um programa cujo objetivo é impulsionar a produtividade das lavouras de cana-de-açúcar no Brasil.

“Muitas usinas não têm a possibilidade de aplicar o capital de investimento na compra definitiva de pivôs irrigação. Por isso, desenhamos este projeto que consiste no aluguel de equipamentos, fazendo uso do capital operacional, bem como um programa de capacitação que ensina os produtores sobre a melhor forma de utilizá-los para aumentar a produção e, consequentemente, a rentabilidade da lavoura, sem arriscar a descapitalização da usina”, conta o gerente de contas para Mercado de Cana no Brasil e América Latina da Valley, Vinícius Maia.

O aluguel é feito com base em uma análise da produção de cada cliente, e o valor é calculado a partir da quantidade de milímetros irrigados por mês (previamente definida juntamente ao cliente), no decorrer da duração do contrato de cada produtor. Quanto mais longo o contrato, menor o custo mensal do pacote. “O aluguel permite um custo diluído e evita que as usinas precisem investir alto”, explica Vinícius, destacando que o valor do milímetro irrigado inclui a manutenção e o seguro do equipamento.

O Valley Rental oferece o que existe de mais alta tecnologia no mercado, incluindo painéis Icon, e o Irriger Connect, que é o sistema de gestão da irrigação, do uso de energia e de água na propriedade.

A modalidade já está disponível em todo o país e a perspectiva é que a produtividade das lavouras canavieiras seja impulsionada com o negócio. Segundo o gerente da Valley, a irrigação pode multiplicar o volume produzido por hectare.

Para o engenheiro agrônomo e diretor da Canaplan, Luiz Carlos Corrêa Carvalho (Caio), o novo projeto da Valley poderá potencializar a recuperação econômica das usinas brasileiras. “Em um contexto de um país com dificuldade de investimento e de usinas com alto índice de endividamento, a questão do aluguel é primordial, e sem dúvida vai acelerar o uso da irrigação como forma de recuperação mais rápida da produtividade”, avalia.
Seminário. 

O Seminário Cana Irrigada da Valley reuniu mais de 80 especialistas e produtores da área de produção sucroalcooleira que conheceram mais sobre as soluções em produtos e serviços oferecidos pela empresa com o objetivo de maximizar a produtividade da cana irrigada. 

“A Valley é uma empresa líder em irrigação, então o nosso carro chefe é o pivô com telemetria, e temos um conjunto de soluções muito importantes para o mercado. A cana de açúcar no Brasil e na América Latina, é uma cultura de altíssima importância. Cultural até, quero dizer. O Brasil hoje tem 66 milhões de hectares de agricultura e a cana tem 10 milhões”, destaca Vinícius Maia.

Além das palestras, o evento também contou com depoimentos de sucesso. É o caso do produtor Sebastião Ferreira Jacinto, da Fazenda Continental.  A propriedade produz cana em 2600 hectares e, deste total, 660 são irrigados.

A média de produção da fazenda é de 110 toneladas de cana. Na área irrigada, o produtor chega a colher 160 toneladas. Sebastião ressalta que, para ele, a irrigação na cana-de-açúcar é um caminho sem volta. “Aqui na nossa região de Ribeirão Preto a irrigação vai aumentar, com certeza. Seguindo para o Norte, a tendência é de aumentar mais ainda. Eu acho que vamos ter uma diferença de produtividade que vai mostrar que compensa o investimento”, analisa.

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