Aprosoja debate calendarização do plantio de soja

Quem defende data limite, mostra preocupação com riscos sanitários. Os defensores da liberação da data querem garantir a produção de semente salva

04.10.2017 | 20:59 (UTC -3)
Ascom Aprosoja

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) realizou no sábado passado um workshop para debater com associados a calendarização do ciclo agrícola da soja no estado. A definição da data de 31 de dezembro como limite para o plantio da soja tem o objetivo de reduzir o número de aplicações de fungicidas, principalmente para o controle da ferrugem asiática. A ideia, porém, não é consensual entre os agricultores.

A ala que defende a definição de uma data limite para o plantio mostra preocupação com a perda de eficiência de produtos químicos, ressaltando que o plantio até 31 de dezembro reduziria a possibilidade de que as pragas se tornem resistentes aos princípios ativos usados na composição de cada produto.

Já o grupo que demanda a liberação do plantio de soja sem data limite afirma que o impacto de doenças como a ferrugem não se amplia com o plantio realizado em fevereiro, por exemplo. E argumenta que esse plantio é necessário para garantir que a produção de semente salva pelo agricultor – que geralmente tem com melhor época, os primeiros meses do ano – possa ser uma atividade alternativa para quem encontra preços altos e baixa qualidade no mercado.

“Ouvimos vários pontos de vista e ficou claro que ainda há muito a ser pesquisado sobre o assunto”, analisa o presidente da Aprosoja, Endrigo Dalcin. A associação já protocolou junto ao Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) solicitação para realizar pesquisa visando levantar um diagnóstico preciso sobre os riscos fitossanitários conforme as diferentes datas de plantio da soja.

Além de cerca de 50 associados, participaram do workshop pesquisadores de universidades como a UFMT e a Unemat, e representantes do Indea-MT. Enquanto os resultados das pesquisas não são concluídos, a Aprosoja irá reivindicar novamente que o instituto libere o plantio neste ciclo agrícola da soja em 2017/18 sem data limite.

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