​Argentinos vão a Goiás conhecer a cadeia do algodão

Uma comitiva de onze produtores e engenheiros agrônomos argentinos esteve na Agopa para conhecer o laboratório de análises e saber um pouco mais sobre os processos envolvidos na cadeia produtiva do algodão

10.11.2016 | 21:59 (UTC -3)
Brenno Sarques

Uma comitiva de onze produtores e engenheiros agrônomos argentinos esteve na Agopa para conhecer o laboratório de análises e saber um pouco mais sobre os processos envolvidos na cadeia produtiva do algodão.

Representante da Bayer Crop Science/Fiber Max, Rogério Ferreira acompanhou a comitiva. “O laboratório da Agopa é um dos únicos no Brasil com a gama completa de equipamentos de análise”, destacou. Rogério explica que os argentinos querem conhecer a cadeia do algodão brasileiro para poderem melhorar o sistema produtivo da Argentina. Em dois dias, a comitiva pôde realizar visitas e conversar com produtores, técnicos e profissionais envolvidos no beneficiamento, pesquisa e comércio da pluma.

Gerente do laboratório, Rhudson Assolari ficou encarregado de apresentar todo o sistema de análises realizado em Goiás. “Analisamos os índices de HVI, pegajosidade e classificação visual”, enumera. O gerente ressaltou ainda o novo sistema de climatização rápida, o que, conforme afirmou, “resolveu um antigo problema de climatização, que demorava 24 horas e hoje é feito em 30 minutos”.

O equipamento de análise de pegajosidade foi o que recebeu maior atenção dos convidados. Questões sobre certificação de qualidade de classificação, controle e padronização das amostras analisadas também foram tema da conversa.

Troca de conhecimentos

Produtor e algodoeiro nas regiões de Santiago e Chaco, Geraldo Bielsa planta entre 3 e 4 mil hectares de algodão. Para ele, o objetivo da viagem a Goiás é intercambiar conhecimentos e atualizar os produtores sobre tecnologias de plantio. “Goiás se mostra muito avançado em classificação e organização da produção. Minha impressão é de que este laboratório está no mesmo padrão dos laboratórios norte-americanos, devido ao uso dos mesmos equipamentos e padrões de classificação”, posiciona.

Geraldo Bielsa apresentou um breve quadro da situação da cotonicultura na Argentina. Nesta década, o país reduziu sua produção em mais de 50%. “Chegamos a plantar 600 mil hectares, e hoje não chegamos a 250 mil, isso porque não há regras claras de comercialização do nosso produto”, lamenta.

“Eles passam pelos mesmos problemas que nós”

Produtor e diretor da Agopa, Carlos Moresco apresentou um panorama geral da produção em Goiás para a comitiva argentina. Sua análise é a de que os desafios dentro das propriedades são muito parecidos nos dois países, mas que os vizinhos sul-americanos têm ainda outras dificuldades. “O governo Macri é um problema adicional. Há ainda questões de mão-de-obra e trabalhistas a serem resolvidas; a rentabilidade e o custo de produção também dificultam; o crédito escasso e os juros altos completam a lista de obstáculos que os produtores argentinos têm que transpor”, diz.

Para Carlos Moresco, os argentinos estão em busca de novas tecnologias, mas não sabem se vale a pena investir em inovação. “Colocamos nosso ponto de vista sobre a importância de um planejamento para inovação, considerando as diversas variáveis que a produção de algodão carrega. Nós, produtores, nos entendemos bem, pois nossos problemas são muito parecidos”, finaliza.

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