Azeite de oliva brasileiro ganha destaque no mercado nacional e internacional

O Brasil é conhecido por sua diversidade de produtos agrícolas, mas poucos sabem que o país também produz azeite de oliva de qualidade. Embora a maior parte do consumo nacional ainda seja de azeites importados, há uma crescente demanda por azeites nacionais, especialmente os produzidos na região Sul.

Segundo dados do Conselho Oleícola Internacional (COI), o consumo de azeite de oliva no Brasil passou de 143g por habitante por ano em 2004 para 410g em 2019, um aumento de quase 200%. No entanto, apenas cerca de 5% desse consumo é atendido pela produção nacional, que ainda é incipiente e enfrenta desafios climáticos e logísticos.

Um exemplo é a Verde Louro Azeites, que anunciou uma safra recorde de mais de 32 mil litros de azeite em 2023, o dobro do registrado no ano passado. A empresa, fundada em 2011 em Canguçu, no sul do Rio Grande do Sul, já conquistou 66 premiações internacionais, sendo 39 delas com medalha de ouro.

Segundo a diretora da empresa, Mita Fuhrmann, a qualidade dos azeites se deve à colheita precoce das azeitonas, que resulta em um produto mais fresco e aromático. “O custo é maior, pois conseguimos aproveitar 10 a 12% da azeitona. Prezamos, sobretudo, pela qualidade, não pela concorrência apenas no preço”, afirma.

A Verde Louro trabalha com oito variedades de azeites, sendo cinco delas de produção contínua. As variedades são Arbequina, Arbosana, Koroneiki, Frantoio, Picual, Coratina e Blend. Além disso, a empresa é pioneira em criar uma linha kids no Brasil, pensada para o paladar das crianças. “Meus filhos gostam de azeite, mas de variedades mais leves e frutadas, produzidas com azeitonas mais maduras. Assim, criamos as linhas kids Koroneiki e Arbequina”, conta Mita.

Mercado

De acordo com o Instituto Brasileiro de Olivicultura (IBRAOLIVA) o Brasil tem 7 mil hectares de área plantada com oliveiras. A produção é realizada, principalmente, nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Apesar dos avanços, o mercado nacional é um dos mais modestos do mundo, com o consumo anual per capi­ta de 0,4 litro por pessoa — para efeito de comparação, na Grécia o índice gira em torno de 13 litros per capita.

Com uma produção de 3,5 mil toneladas de azeites por ano, o Brasil se destaca como um grande importador do produto. Em 2022, conforme o International Olive Council (OIC), foram importadas 106,4 mil toneladas, terceiro maior volume do mundo - atrás apenas dos Estados Unidos e União Europeia.