Benefícios do uso de ferramenta de avaliação de plantio direto irrigado

Trabalho desenvolvido por pesquisadores da Embrapa e da UFL a propõe uma ferramenta de avaliação da qualidade do manejo do sistema plantio direto irrigado

22.10.2019 | 20:59 (UTC -3)
Cristina Tordin​

Trabalho desenvolvido por pesquisadores da Embrapa (Jaguariúna, SP) e da Universidade Federal de Londrina propõe uma ferramenta de avaliação da qualidade do manejo do sistema plantio direto irrigado, o Índice de Qualidade Participativo do Plantio Direto para Condições de Irrigação por Pivô Central – IQPi, com o objetivo de servir à autoavaliação pelo produtor rural e auxiliar a assistência técnica.

O estudo foi feito em Paranapanema/SP, e pode servir para outras regiões semelhantes, que utilizam a mesma associação de práticas e técnicas - culturas em sistema de plantio direto em condições de irrigação.

"Esperamos que este exemplo hipotético de uma avaliação do IQPi facilite o seu uso por técnicos e produtores rurais", diz Priscila de Oliveira, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, já que o sistema plantio direto é uma prática agrícola consolidada no Brasil e representa uma das principais tecnologias de produção sustentável no campo. Para que suas vantagens sejam observadas é importante utilizar o adequado manejo das culturas e do solo, especialmente em condições irrigadas.

Entre os diversos benefícios da agricultura irrigada estão o aumento de produtividade da ordem de 2 a 3 vezes em relação à agricultura de sequeiro; redução do custo unitário de produção e utilização do solo durante todo o ano, com até três ciclos de culturas no mesmo local.

Calcula-se que no território brasileiro 29 milhões de hectares são aptos ao uso da agricultura irrigada. Estima-se que em 2015 o Brasil atingiu a marca de 6,95 milhões de hectares irrigados e a expectativa é que haja incremento de 3 milhões de hectares (ou 40% de aumento), alcançando em dez anos cerca de 10 milhões de hectares irrigados. Calcula-se que do total da água captada para fins de irrigação, não mais que 50% sejam efetivamente utilizados pelas plantas, em razão de três fatores principais: diminuta utilização de critérios técnicos para manejo da água na maioria das áreas irrigadas; informações escassas e incompletas de parâmetros climáticos e da água disponível no solo para fins de manejo e reposição de água e uso de sistemas de irrigação com baixa eficiência de aplicação de água.

O propósito é que o produtor use o IQPi ao longo do tempo, de forma que se desenvolva um processo de melhoria contínua do sistema produtivo, fundamentado na identificação de pontos críticos no manejo. Pode ser estendida a toda a propriedade rural, desde que todos os talhões sejam submetidos a essa avaliação. Em termos médios, acrescenta a pesquisadora, pode ainda ser considerada até mesmo no âmbito de uma microbacia hidrográfica se, nas áreas de sua influência hídrica, os produtores adotarem esse instrumento de gestão.

O trabalho completo, de Priscila de Oliveira, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), Silvio  Tavares, pesquisador da Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ), Alba Martins, pesquisadora da Embrapa Solos, Ricardo Ralisch, professor associado da Universidade Estadual de Londrina (Londrina, PR) e Luís Carlos Hernani, pesquisador da Embrapa Solos, pode ser acessado aqui


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