Biotecnologia aumenta produção global de grãos e renda de agricultores

Incremento oriundo da produção de soja, milho, algodão e canola transgênicos alcança 514 milhões de toneladas e elevação do rendimento médio dos agricultores chega a US$ 100 por hectare

01.06.2016 | 20:59 (UTC -3)
Flávia Knispel

Estudo da consultoria inglesa PG Economics, divulgado nesta terça-feira (31), denominado GM Crops: global socio-economic and environmental impacts 1996-2014, mostra que as culturas geneticamente modificadas (GM) favorecem a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis, proporcionando melhorias para a produtividade e para a renda do agricultor. De acordo com o levantamento, em 19 de adoção da biotecnologia agrícola, as culturas GM foram responsáveis por uma produção adicional de 158,4 milhões de toneladas de soja e 321,8 milhões de toneladas de milho. Além disso, a tecnologia também contribuiu com um acréscimo de 24,7 milhões de toneladas de algodão e 9,2 milhões de toneladas de canola.

Essa produção extra se deve ao fato de as lavouras transgênicas permitirem que os agricultores reduzam perdas e adotem práticas mais sustentáveis, resultando em incremento de produtividade e, assim, reduzindo a pressão sobre florestas e zonas de preservação ambiental. Se a biotecnologia agrícola não estivesse disponível para os 18 milhões de produtores que a adotaram em 2014, a manutenção dos níveis de produção global teria exigido 20,7 milhões de hectares extras plantados com de soja, milho, algodão e canola. Essa área total é equivalente a um terço das terras agricultáveis do Brasil.

Outro benefício da biotecnologia agrícola apontado no relatório da PG Economics é a redução significativa das emissões de gases do efeito estufa. Isso porque, como o manejo dessas culturas é mais fácil, há menor necessidade de utilização de combustíveis. Em 2014, essa diminuição evitou que 22,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono fossem jogadas na atmosfera, o equivalente à remoção de 10 milhões de carros das ruas por um ano. Para a bióloga e diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Adriana Brondani, o levantamento da consultoria inglesa soma-se a outros trabalhos que comprovam que os transgênicos, além de seguros, trazem benefícios. “É cada vez maior o número de estudos científicos sobre transgênicos e todos eles têm confirmado que os organismos geneticamente modificados (OGM) são tão seguros para alimentação humana, animal e para o meio ambiente quanto as variedades convencionais”.

Por fim, nos 19 anos de utilização da biotecnologia agrícola analisados pelo relatório, os ganhos econômicos globais com a adoção de transgênicos foram de US$ 150 bilhões (cerca de R$ 540 milhões). “Quando os agricultores optam pelo cultivo GM, os benefícios econômicos são claros, e, em 2014, eles representaram um crescimento médio de US$ 100 por hectare”, afirma Graham Brookes, diretor da PG Economics e coautor do relatório. Em 2014, nos países em desenvolvimento, os agricultores receberam US$ 4,42 para cada dólar investido, enquanto o retorno para os agricultores dos países desenvolvidos ficou na casa dos US$ 3,14 por dólar investido.

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