Brasil consome mais de 13% do café produzido no mundo em 2015

Produção mundial de café foi de 144,8 milhões de sacas e consumo de 152,1 milhões de sacas de 60kg, segundo a Organização Internacional do Café - OIC

14.07.2016 | 20:59 (UTC -3)
Jamilsen Santos

A Organização Internacional do Café – OIC, sediada em Londres, Inglaterra, da qual o Brasil é membro, divulgou o Relatório sobre o mercado de café - junho 2016, o qual aponta que foram produzidas 144,8 milhões de sacas de 60kg de café e que o consumo mundial foi de 152,1 milhões de sacas de 60kg em 2015. Esse consumo foi 1,3% superior ao do ano anterior e representa uma taxa média anual de crescimento de 2% desde 2012. Em relação ao Brasil, a OIC destacou que o nosso consumo interno de café, em 2015, foi de 20,5 milhões de sacas, o que representa 13,48% do total consumido mundialmente.

O Relatório sobre o mercado de café - junho 2016, que está disponível no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, analisa ainda as taxas de crescimento do consumo mundial na Ásia e Oceania, América do Norte, Europa, América do Sul, América Central e África. Na Ásia e Oceania, a OIC destaca que ocorreu o crescimento mais expressivo de consumo de café nos últimos anos a uma taxa média de 5,2%, superior à média global de 2%. Esse crescimento ocorreu tanto em países produtores, como Indonésia, Vietnã e Índia, e em países importadores, como Turquia e Japão, cujos mercados internos revelam dinamismo de demanda, segundo as análises da OIC.

Em relação à América do Norte, o Relatório demonstra que houve um crescimento significativo de 2,8% nos quatro últimos anos, o que se traduz num acréscimo de 2,2 milhões de sacas no período. Baseado na Pesquisa das Tendências do Consumo de Café da National Coffee Association (USA), a OIC explica que grande parte desse incremento é consequência da preferência crescente de consumidores mais jovens por bebidas gourmet à base de café expresso.

Outras análises do Relatório apontam que o consumo de café cresceu em proporções mais modestas na Europa, a uma taxa média de 0,4%, assim como na América do Sul. Enquanto que, na América Central e México, a taxa foi de 0,6%, e na União Europeia o volume total da demanda foi de 41,6 milhões de sacas de café.

No caso da África, a OIC indica que a taxa média de crescimento do consumo de café foi de 2,6%, excedendo a taxa média global, e atribui grande parte desse crescimento a países como Etiópia, onde o hábito de tomar café tem uma longa tradição. Além disso, o Relatório também informa que o consumo de café vem crescendo em países em desenvolvimento, como Quênia e Tanzânia, devido principalmente à crescente popularidade das casas de café nas áreas urbanas, mas esse cenário ainda não está refletido nos dados disponíveis da Organização.

Assim, com relação ao consumo mundial de café, a OIC conclui que nos quatro últimos anos o crescimento do consumo representou um acréscimo 8,7 milhões de sacas e que há indicações de potencial expressivo para continuar crescendo no futuro.

No que diz respeito às exportações mundiais de café, o Relatório destaca que 9,3 milhões de sacas foram exportadas em maio de 2016, volume inferior ao mesmo mês de 2015. De acordo ainda com a Organização, maio foi o segundo mês consecutivo de queda dos volumes exportados, mas, no total, as exportações dos oito primeiros meses do ano cafeeiro de 2015/16 (outubro a maio) aumentaram 1,6%, alcançando um volume recorde de 75,9 milhões de sacas e excedendo o recorde anterior alcançado em 2012/13.

Além dessas análises da conjuntura da cafeicultura em nível mundial, o Relatório destaca a expressiva recuperação dos preços do café no mês de junho, correlacionando esse fato à oscilação da moeda brasileira - o Real - que valorizou em relação ao dólar norte-americano, além de efeitos climáticos ocorridos na safra brasileira em algumas regiões produtoras. Com isso, a média mensal do preço indicativo composto apurado pela OIC bateu um recorde de 14 meses, registrando 127,05 centavos de dólar por libra-peso, ou seja, 6% acima da média de maio.

Essas e outras análises são demonstradas com gráficos e planilhas constantes do Relatório sobre o mercado de café - junho 2016 que está disponível na íntegra no Observatório do Café coordenado pela Embrapa Café.


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