Café especial: grãos destinados à bebida exigem cuidados de manejo

Qualidade das lavouras cafeeiras vai além da variedade e das condições climáticas

30.05.2016 | 20:59 (UTC -3)
Camila Castro

O café é a segunda bebida mais consumida no Brasil, perdendo somente para a água, com ingestão aproximada de 81 litros/habitante/ano, segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), realizada em 2014, em parceria com a Embrapa Café. Com cores, sabores e aromas diversos, as condições naturais propícias (solo, clima e altitude), a variedade da espécie e as práticas de manejos nutricionais e fitossanitários impactam diretamente na qualidade final do grão oferecido.

A produtora de café arábica, Leda Castelani, de Monte Santo de Minas (MG), explica que para a produção do café especial é necessário estar atento a diversos aspectos. “São várias regras que você tem que observar para fazer um café de qualidade até a maturação”, afirma a produtora que foi vencedora do 25º Prêmio Ernesto Illy de Qualidade do Café para Espresso na região Sul de Minas e ficou em 3º lugar no ranking nacional.

Para isso, Leda tem investido, entre outras ferramentas tecnológicas, em técnicas de adubação diferenciadas e no manejo fitossanitário de sua lavoura. “Estamos em uma região de topo de serra, com grande altitude, então sofremos muito com o vento que facilita o ataque e ação de bactérias que provocam secamento de ramos e até a morte da planta. Com a utilização de soluções naturais tivemos bons resultados na preservação da sanidade da planta”, analisa a produtora.

Segundo o engenheiro agrônomo Adriano Zanin, da Alltech Crop Science, os produtos naturais à base de aminoácidos que atuam na fisiologia da planta, contribuindo para a proteção da lavoura, são importantes para auxiliar na resistência natural do cultivo. “Eles vão contribuir no aumento do vigor da planta, com isso ela consegue ter uma recuperação muito maior e melhor em relação às adversidades. E tudo isso de uma maneira natural, facilitando a absorção pelo vegetal e, consequentemente, gastando menos de sua energia”, aponta.

Zanin ainda ressalta que os aminoácidos são formadores de proteínas e vitaminas, e ao absorver estes compostos naturais, a energia da planta é utilizada em benefício do desenvolvimento, florescimento, frutificação e maturação, por exemplo. “Com isso, espera-se favorecer a predominância de grãos de maior qualidade, padronizado com relação ao tamanho e peso, influenciado no aumento de produção, além de apresentar maior concentração de sólidos solúveis, o que influencia diretamente na qualidade da bebida e no sabor”, complementa.

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