Clubes de assinatura de cafés torrados e moídos e em cápsulas tornam-se tendência de consumo no Brasil e no exterior

Este é um dos destaques do Relatório Internacional de Tendências do Café do Bureau de Inteligência Competitiva do Café da UFLA, instituição integrante do Consórcio Pesquisa Café coordenad

08.07.2016 | 20:59 (UTC -3)
Lucas Tadeu

A edição do mês de junho de 2016 do Relatório Internacional de Tendências do Café destaca uma tendência mundial de consumo de café que está ganhando espaço no Brasil. Trata-se dos clubes de assinatura para cafés torrados e moídos e em cápsulas. A principal vantagem que esses clubes oferecem é a oportunidade de os clientes experimentarem e conhecerem marcas variadas de café, além de poderem montar seus "combos" de acordo com suas preferências. O segmento, que já possui versões para a assinatura de produtos de beleza, cervejas, vinhos, entre outros, consiste em um clube de assinantes no qual o cliente realiza um cadastro, escolhe o plano e começa a receber o café em casa, mensalmente. A primeira empresa que iniciou esse serviço em 2015 no Brasil, mencionada no Relatório, garante a entrega de cafés frescos todos os meses nas casas dos assinantes. Outras vantagens apontadas é que as cápsulas são compatíveis com máquinas existentes no mercado e as vendas são realizadas online.

Outro destaque do Relatório Internacional de Tendências do Café (Vol. 5 – Nº 5) é o aumento de consumo verificado nos Estados Unidos. Lá, o consumo diário da bebida à base de café expresso quase triplicou no período de 2008 a 2016, segundo a Associação Nacional do Café (NCA) americana. Além disso, o segmento de café gourmet nos EUA também apresentou bom desempenho no consumo, principalmente pela população jovem (18 a 39 anos), que também é responsável pelo aumento do consumo de café tradicional. Nesse caso, o consumo diário da bebida entre os consumidores de 18 a 24 anos duplicou desde 2000. Para os de 25 a 39 anos, o aumento também foi bastante expressivo. Outra tendência constatada foi o aumento do consumo de café em cápsulas, tanto em casa como no ambiente de trabalho. As monodoses tornam-se atraentes por oferecer rapidez e praticidade no preparo, além da possibilidade de personalizar a bebida com opções de café de alta qualidade. No ambiente de trabalho, em 2016, 33% dos estabelecimentos que possuem área para o café contam agora com uma máquina de monodoses, de acordo com dados do NCA.

Em relação especificamente ao Brasil, o Relatório do Bureau destaca que a produção, neste ano, de conilon no Espírito Santo está comprometida, uma vez que muitos produtores decidiram fazer a recepa, método de poda baixa da lavoura para renovação total da planta. Essa medida foi tomada devido à seca que afetou o Estado recentemente e é considerada a mais grave em 50 anos. Além da falta de chuva, o governo local proibiu a irrigação de lavouras em algumas cidades como medida para garantir o abastecimento de água nas residências, o que afetou as lavouras de conilon, onde o uso da irrigação é bastante comum, cita o Bureau.

Com relação ainda ao nosso País, o Relatório ressalta que Associação Brasileira da Indústria do Café, ABIC, anunciou o desenvolvimento de um programa para a certificação de cafés em cápsula. A avaliação, que possui uma metodologia própria e específica, foi desenvolvida nos últimos doze meses em conjunto com o Grupo de Avaliação do Café (GAC), com o Sindicato das Indústrias de Café de São Paulo (Sindicafesp), com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e o Laboratório Carvalhaes, laboratórios credenciados pela ABIC para a análise de café com o apoio do Instituto Totum, responsável pelo gerenciamento do programa. O selo de certificação possui como objetivo oferecer uma avaliação global do produto, avaliando as características da crema como cor, brilho, persistência e consistência; os atributos da bebida de acordo com o amargor, adstringência, corpo e sabor; a intensidade da bebida, segundo o grau de persistência aftertaste, avaliada em uma escala de 0 a 10; além de analisar características físicas do produto, tais como peso, ponto de torra, granulometria e espessura da crema, entre outros atributos.

O formato padrão de análise das tendências do café adotado pelo Bureau de Inteligência contempla quatro seções: PRODUÇÃO, INDÚSTRIA, CAFETERIAS e INSIGHTS. Na seção PRODUÇÃO de café, são feitas considerações gerais, observações sobre variações climáticas e análises da atuação e participação de grandes empresas do setor e também de governos de países da América do Sul, no caso o Brasil; África – Etiópia, Tanzânia e Uganda; e China, na Ásia. Em relação à INDÚSTRIA, o Bureau aborda várias estratégias comerciais e de promoção e marketing de grandes empresas em muitos países para tentarem consolidar e conquistar novos mercados. A seção CAFETERIAS do Relatório destaca a expansão comercial de grandes redes e analisa o consumo de café no mundo com destaque para os EUA, Reino Unido e Colômbia. Por fim a seção INSIGHTS destaca os principais sinais apresentados no Relatório.

O Relatório Internacional de Tendências do Café do Bureau de Inteligência Competitiva do Café, da UFLA, instituição fundadora do Consórcio Pesquisa Café coordenado pela Embrapa Café, faz parte do projeto "Criação e Difusão de Inteligência Competitiva para Cafeicultura Brasileira", executado no âmbito do Consórcio e financiado pelo Fundo de Defesa da Economia Cafeeira – Funcafé, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa. Tem como objetivo monitorar, analisar e difundir informações, indicadores e tendências relevantes para a competitividade da cafeicultura, bem como propor soluções estratégicas para o setor. As edições do Relatório estão disponíveis no portal da UFLA e no Observatório do Café.

Confira todas as análises e notícias divulgadas pelo Observatório do Café no contexto do Agropensa da Embrapa:

http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/imprensa/noticias

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