Com olhar ‘clínico’, inspetor de campo monitora ocorrência de pragas em lavouras de soja

Orientação para controle e prevenção e análise de riscos estão entre as responsabilidades deste profissional

14.10.2020 | 20:59 (UTC -3)
Ellen Albuquerque

Dificilmente a ocorrência de insetos ou fungos na lavoura de soja passa por um inspetor de campo. Conhecido também como “pragueiro”, é deste profissional a responsabilidade de monitorar a incidência de pragas na cultura e estabelecer um conjunto de medidas de controle para evitar prejuízos nas plantas. O Senar/MS oferece curso gratuito na área. 

“Cabe ao inspetor de campo observar se há registro de pragas e, se for o caso, avaliar o nível de ataque na lavoura, identificando o risco real das ocorrências. Ele também é capacitado para fazer recomendações, como a escolha do melhor momento para iniciar o controle e a metodologia adequada para evitar danos na produção e, consequentemente, nas finanças”, explica a instrutora do Senar/MS, Amanda Vinholi Barreto de Souza, especialista em manejo, fertilidade de solos e nutrição de plantas. 

Entre os assuntos abordados na capacitação está o Manejo Integrado de Pragas (MIP), que constitui um conjunto de medidas para diminuir o uso de defensivos agrícolas na produção convencional. “A ideia é promover o equilíbrio nas plantas e monitorar as pragas, otimizando o uso de produtos e evitar prejuízos com a produção”, acrescentou.   Para a eficácia do manejo, o inspetor utiliza uma planilha desenvolvida pela Embrapa, onde constam números de amostragens e as pragas registradas durante o monitoramento.   Principais pragas

Entre as pragas mais comuns nas lavouras de soja estão os percevejos, que acometem o estágio reprodutivo da planta, e as lagartas, que aparecem no estágio vegetativo e reprodutivo. 

“No caso do percevejo marrom ou Euschistus heros, o ataque ocorre nos ramos e hastes. O maior prejuízo acontece quando atacam as vagens em formação, no chamado ‘grão chocho’, que interfere na produtividade. Já o percevejo verde ou Nezara viridula age nos grãos e orifícios da planta. Ambos os insetos injetam toxinas com o aparelho bucal. Toda essa situação pode causar a depreciação do produto no ato da comercialização”, detalha.    As conhecidas lagartas, que provocam desfolha e danos nas vagens, são mais comuns no estágio reprodutivo da planta.   

Os interessados na capacitação podem acessar www.senarms.org.br  e conferir este e outros cursos voltados para sojicultura.

Compartilhar

Mosaic Biosciences Março 2024