Como culturas de inverno podem garantir uma safra melhor no verão?

Cuidados com o solo nesse período podem resultar em melhores produtividades no sistema de rotação de culturas

19.05.2020 | 20:59 (UTC -3)
Emerson Alves

Em muitas regiões, especialmente no Sul do Brasil, os produtores já iniciaram a implantação de culturas de inverno como canola, trigo e aveia branca. Além de reforçar a renda do produtor, as culturas de inverno promovem melhorias significativas no sistema produtivo como um todo. E, segundo especialistas, manter o solo coberto como forma de proteção e fertilização vai garantir uma safra mais produtiva no verão.

A explicação, conforme os agrônomos, é que as culturas de inverno, quando bem preparadas, desempenham um papel importante na produção de palhada, formando biomassa sobre a superfície, além de atuar na correção e fertilidade de perfil de solo. Consequentemente, isso ocasiona um aumento do potencial produtivo para a próxima cultura de verão, como explica o agrônomo, Eduardo Silva e Silva.

“Investir nas culturas de inverno é uma grande sacada do produtor, especialmente para aqueles que querem atingir grandes produtividades no sistema produtivo. No entanto, é importante cuidar do processo de nutrição de planta e condicionamento de solo, através de fertilizantes minerais como o sulfato de cálcio granulado, por exemplo”, afirma.

De acordo com Silva e Silva, que também é especialista em solo, o sulfato de cálcio granulado é 150 vezes mais solúvel que o calcário, e atua fortemente no “aumento indireto da matéria orgânica do solo (MOS) via maior produção de raiz e maior estímulo positivo à biomassa microbiana”, explica.

No entanto, o especialista lembra que o produtor não pode esquecer a parte nutricional da planta de inverno, seja ela apenas de cobertura ou para colher o grão, como o trigo.

“Toda planta precisa de nutrientes, não podemos negligenciar a nutrição dessas plantas e investir só no verão. Se o produtor pensar assim, quando chegar o verão, vai estar “devendo” nutrientes para o solo, o que pode resultar em uma soja subnutrida, por exemplo”, destaca.

Outro alerta importante que Silva e Silva faz é em relação ao alumínio tóxico, principalmente para os produtores de trigo. “Com relação ao solo, o trigo por exemplo, é muito sensível ao alumínio. Além de suas características fisiológicas muito específicas, ele tem dificuldade de se nutrir e se manter no ambiente que tenha alumínio. Aí entra o papel do sulfato de cálcio, que combate a acidez do solo. Além disso, o cálcio também dá estrutura para a planta, reduzindo a possibilidade de acamamento”, explica o agrônomo.

Para finalizar, o especialista, que também é diretor técnico da SulGesso, empresa líder no fornecimento de sulfato de cálcio no Sul do Brasil, destaca que o condicionamento de solo no inverno, através do sulfato de cálcio, estimula o enraizamento mais vigoroso nas gramíneas, deixa o solo mais aerado, absorvendo melhor a água e criando reservatórios em profundidade. “Com o solo descompactado, as raízes das plantas alcançam maiores profundidades, tendo acesso à água e nutrientes”, conclui.  

Confira no que o plantio das culturas de inverno pode contribuir para o sistema produtivo:

• a rotação de culturas, no longo prazo, reduz o estresse sobre o sistema solo/planta/microrganismos, resultando em maior estabilidade e dinâmica de nutrientes no solo;

• reduz a seleção de plantas daninhas resistentes a herbicidas;

• o plantio de uma planta de cobertura no inverno contribui para a saúde do solo, ainda mais quando recebe produtos fertilizantes e condicionadores ao mesmo tempo como sulfato de cálcio (SulfaCal);

• reduz a pressão de pragas e doenças e, como consequência, a utilização de defensivos agrícolas (inseticidas, herbicidas e fungicidas);

• auxilia no processo de mineralização do nitrogênio no solo.

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