Como realizar a nutrição eficiente de plantas

Fornecer nutrientes de modo eficiente às plantas é fundamental para que consigam completar o seu ciclo produtivo dentro do tempo adequado

05.08.2020 | 20:59 (UTC -3)
Revista Cultivar

Cada planta, conforme a sua característica genética, possui um potencial produtivo. Para alcançar este potencial, há exigências específicas, seja em temperatura, luminosidade, água e nutrientes, em quantidades e proporções relacionadas a cada etapa de desenvolvimento, desde a germinação até a colheita. Na agricultura, utilizam-se práticas que buscam proporcionar as melhores condições para o desenvolvimento das plantas. Entre essas práticas é possível citar uma adequada irrigação, o controle fitossanitário e de plantas daninhas, assim como o preparo físico do solo e a sua adequada correção da fertilidade, além do fornecimento de quantidades e balanços nutricionais específicos de acordo com cada fase fenológica da cultura e o potencial produtivo do material genético escolhido.

Para a nutrição das plantas, os elementos minerais considerados essenciais são aqueles que participam de alguma função estrutural ou fisiológica da planta, sendo que sem estes elementos, a planta tem seu desenvolvimento e produtividade comprometidos. Em termos de macronutrientes, o nitrogênio, por exemplo, proporciona um crescimento mais vigoroso e impulsiona a produtividade.

O fósforo maximiza o desenvolvimento radicular e a longevidade das plantas. Já o potássio, o magnésio e o enxofre intensificam a fotossíntese e o transporte de fotoassimilados, favorecendo um maior enchimento e maturação de frutos, tubérculos, vagens, colmos e grãos. E o cálcio, que participa diretamente da formação e do crescimento das estruturas dos tecidos vegetais.

Entre os micronutrientes há o boro, que participa da formação do tubo polínico, da firmeza de casca dos frutos e contribui no transporte de carboidratos e para um maior crescimento foliar. O mesmo ocorre com cobre, manganês, zinco, cloro e ferro, que também participam do metabolismo da atividade fotossintética, como é possível observar na Foto. Pensando na ação da enzima nitrato de redutase, que atua no processo de produção de aminoácidos, o molibdênio é fundamental. Também age na germinação dos grãos de pólen e contribui para maior maturação dos frutos e resistência dos tecidos. O níquel, por sua vez, é um importante catalisador de inúmeras atividades enzimáticas relacionadas ao metabolismo do carbono e do nitrogênio.

No metabolismo secundário, a deficiência ou o desequilíbrio de algum destes elementos desencadeia processos negativos. Alguns elementos, como os micronutrientes cobre, manganês e zinco, estão relacionados diretamente com a atividade de compostos antioxidantes, que agem reduzindo espécies reativas de oxigênio. Estes elementos ainda contribuem para a melhor lignificação dos tecidos e preconizam atividades metabólicas relacionadas ao sistema de defesa das plantas. Por isso, a deficiência ou o desequilíbrio nutricional restringirá os processos de crescimento e produtividade, e as plantas ficarão menos resistentes às doenças e pragas. Desta maneira, é fundamental proporcionar as melhores condições para contribuir com a eficiência da absorção e o atendimento de quantidades específicas e equilibradas de nutrientes em cada fase fenológica do cultivo. Atualmente, na agricultura, há soluções à base de aminoácidos que, combinados com estes elementos nutricionais, proporcionam incremento na eficiência da absorção dos nutrientes, tanto radicular como foliar, atendendo melhor às exigências do cultivo e alcançando maiores índices de qualidade e produtividade.

Seja qual for a cultura, o tipo de solo e as condições climáticas é preciso sempre ser eficiente no fornecimento dos nutrientes para as plantas, para que consigam completar o seu ciclo produtivo dentro do tempo adequado, para um maior acúmulo de assimilados, e assim alcançar maior nível de potencial produtivo e maior rentabilidade final.

Marcos Revoredo, Alltech Crop Science

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