Contrato de cooperação desenvolverá inoculantes à base de novas estirpes de Azospirillum brasilense

A parceria acontece entre ANPII e UFPR

22.11.2018 | 21:59 (UTC -3)
Priscilla Bellini

Um importante trabalho conjunto entre a Associação Nacional dos Produtores de Inoculante (ANPII) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), foi oficializado na última segunda-feira, 19 de novembro, durante solenidade de assinatura de contrato entre as partes. A iniciativa marca o início do desenvolvimento de inoculantes resultante de três novas cepas de bactérias fixadoras de nitrogênio - espécie Azospirillum brasilense - selecionadas nos laboratórios do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade.

Azospirillum brasilense  é uma bactéria fixadora de nitrogênio e promotora de crescimento vegetal muito importante e utilizada em diversos cultivos. Estas novas estirpes mostraram um maior potencial de fixação de nitrogênio  em relação ao material utilizado atualmente pelos inoculantes disponíveis no mercado agrícola. Sua comprovação nos ensaios de campo iniciará um novo ciclo de aprimoramento dos inoculantes, com tecnologia totalmente brasileira. 

O evento chancelou a  assinatura do contrato de cooperação científica e de desenvolvimento do produto entre a UFPR e a ANPII e contou com as presenças do Reitor da Universidade, Prof. Ricardo Marcelo Fonseca e do Presidente da ANPII, Eng. Agr. José Roberto Pereira de Castro, além do Prof. Dr. Emanuel Maltempi de Souza, Vice-Diretor do Setor de Ciências Biológicas, Prof. Dr. Fábio de Oliveira Pedrosa, Professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, Eng. Agr. Solon C. Araujo. Consultor da ANPII, Vice Reitora Graciela Ines Bolzon de Muniz, Prof. Dr. Edvaldo da Silva Trindade, Diretor do Setor de Ciências Biológicas  e do Prof. Dr. Fernando Marinho Mezzadri, Pró-reitor da PROPLAN (Pró-Reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças).     José Roberto Pereira de Castro, presidente da ANPII, explica que as cepas selecionadas pela UFPR foram devidamente identificadas e as bases científicas foram fornecidas pelos pesquisadores. As empresas associadas à ANPII farão o desenvolvimento da industrialização do  inoculante e os testes de campo dentro do protocolo exigido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)."Embora já existam no mercado inoculantes à base desta bactéria, com excelentes resultados, as novas cepas, com maior capacidade de fixação do nitrogênio, com toda a certeza trarão novos benefícios ao agricultor,  como maior produtividade e menor custo de produção. O  meio ambiente também terá ganhos, com a redução da emissão de gazes efeito estufa", analisa.

O desenvolvimento do inoculante também é um destaque do projeto e será feito de uma forma inédita, com a fase pré competitiva realizada por um consórcio das empresas associadas da ANPII, com os profissionais trabalhando juntos, reunindo as competências de todos em um único planejamento. Após essa fase, cada empresa fará a sua produção e comercialização de forma independente. Por fim, uma vez comercializado o inoculante, a UFPR receberá os royalties sobre as vendas, alimentando pesquisas que gerarão novos produtos.

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