Cortes no orçamento anunciado no Plano Safra preocupam produtores rurais

Seguro Rural e os Programas de Garantia de Preço Mínimo são os mais afetados. Entidades querem que o Mapa defenda revisão dos valores da proposta que tramita no Congresso Federal

31.10.2017 | 21:59 (UTC -3)
Catarina Guedes

Preocupada com a discrepância entre os valores anunciados no Plano Safra 2017/2018, lançado em junho, e o orçamento enviado pela Presidência da República ao Congresso Federal, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) participou, na terça-feira (31/10), de uma reunião no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), acompanhada de diversas entidades do agro nacional. O objetivo da audiência com o secretário de Política Agrícola, Neri Geller, foi alertar o Governo para os riscos do contingenciamento orçamentário em um ano com previsão de problemas climáticos. 

Na reunião, além da Abrapa, estavam representados a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Instituto Pensar Agro (IPA) e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
 
Quando foi lançado, o Plano Safra destinava R$550 milhões ao Seguro Rural, um incremento de 37,5% em relação ao plano anterior, mas, no orçamento enviado para aprovação no Congresso, esse total foi de R$400 milhões, mesmo valor contemplado em 2016/2017. Já os programas de Garantia de Preço Mínimo, de subvenção à comercialização, cuja demanda seria de R$2,7 bilhões, terão apenas R$700 bilhões assegurados.
 
As entidades querem que o governo reveja esses valores e pedem que o Mapa apresente ao Congresso Federal um documento reforçando a necessidade de cumprimento do que estava disposto no Plano Safra deste ano, segundo a Presidência, historicamente, o de maior volume de recursos para financiar a agricultura brasileira, R$ 190,25 bilhões em crédito rural para médios e grandes produtores. "É preciso que o Governo leve em consideração que o agro é uma área estratégica para a economia brasileira e que, pela própria natureza das atividades agrícolas, está sujeito a riscos, como os climáticos, sobre os quais o produtor não tem controle. Contingenciar recursos deixa-o ainda mais vulnerável", diz o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura.
 
As entidades também pediram que o Mapa reveja o zoneamento agroecológico das regiões produtoras do Brasil, para evitar que produtores sejam penalizados pela desatualização do que está vigente.
 

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