Dólar terá impacto ainda maior na safra 2016/17, alerta CESB

A entidade confirma a comemoração dos agricultores com as exportações que devem fechar a conta devido ao sentido inverso do Real, que torna mais competitiva a soja brasileira

14.12.2015 | 21:59 (UTC -3)
Diego Silva

Com o dólar próximo de R$ 3,90, alto custo de produção e insegurança na política econômica brasileira, agricultores frearam projetos de expansão da produção na safra de soja, mas o impacto será ainda maior no ciclo seguinte. É o que prevê o Comitê Estratégico Soja Brasil – CESB, ao considerar a continuidade da valorização da moeda americana no momento de aquisição dos insumos da safra 2016/17.

Em contrapartida, a entidade confirma a comemoração dos agricultores com as exportações que devem fechar a conta, devido ao sentido inverso do Real, que torna mais competitiva a soja brasileira. O vice-presidente do CESB, Leonardo Sologuren, aponta a burocracia para aquisição de crédito como entrave do atual ciclo, com reflexo na safra seguinte. “O cenário diminui o apetite de investimentos e, os créditos burocráticos, vinculados aos juros elevados, agravam a situação", afirma. “Para este ano o agricultor adquiriu insumos a preço suportável, mas a alavancada ainda virá, e reduzirá a margem de lucro, diante dos custos com insumos, cuja valorização deve ultrapassar os atuais 40%", detalha o consultor.

A valoriação do dólar e a instabilidade econômica frearam muitas plantadeiras pelo País. Na região de Dourados (MS), o presidente do Sindicato Rural, Lúcio Damália, alertou para as consequências da valorização do dólar e a necessidade de se produzir continuamente. “Essa alta beneficia as exportações, mas prejudica aqueles que não estão organizados financeiramente, que acabam por não vender os grãos no momento certo e comprando os insumos em momento de alta", esclarece. A crise assusta o produtor rural, mas, de certa forma, ele não tem como fugir, acaba sendo obrigado a plantar para estimular sua receita na próxima colheita".

Para aqueles que pretendiam aumentar a área na região de Dourados, Damália recomendou cautela. “Aqueles que já plantavam determinada área, não diminuiram, mas quem pretendia aumentar, recuou no ritmo e se atentaram ao mercado futuro", finaliza.

E mesmo com cenário incerto, a situação poderia ser pior com o dólar em baixa, prevê o consultor do CESB. “Com dólar a R$ 2,50, por exemplo, as cotações em Chicago poderiam levar a saca de 60 quilos de soja na casa dos R$ 40 no Centro-Oeste, o que seria muito pior", finaliza Sologuren, representante do CESB.

Sobre o CESB

O CESB é uma organização formada por profissionais e pesquisadores de diversas áreas ligadas à sojicultura, que se uniram para trabalhar estrategicamente e utilizar os conhecimentos adquiridos nas suas respectivas carreiras e vivências, em prol da produtividade brasileira. Por meio do Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja, o CESB, tem como finalidade, contribuir diretamente com o rendimento das lavouras brasileiras, selecionando e divulgando técnicas viáveis, que possam ser aplicadas em grande escala, com foco na máxima produtividade.

Atualmente, o CESB é composto por 17 Membros e doze entidades patrocinadoras: Syngenta, BASF, Bayer, TMG, Monsanto, Sementes Adriana, Agrichem, UPL do Brasil, Stoller, Produquimica, Jacto, Instituto Phytus, Mosaic e Aprosoja MT.

O Comitê é qualificado como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), nos termos da Lei n° 9.790, de 23 de março de 1999, conforme decisão proferida pelo Ministério da Justiça, publicada no Diário Oficial da União de 04 de dezembro de 2009.

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