Em momento inicial, Pronasolos reúne cientistas no Rio de Janeiro

​O Programa Nacional de Solos do Brasil (Pronasolos) reuniu mais de 50 cientistas no seu primeiro workshop de trabalho na Embrapa Solos

23.08.2017 | 20:59 (UTC -3)
Carlos Dias

O Programa Nacional de Solos do Brasil (Pronasolos) reuniu mais de 50 cientistas no seu primeiro workshop de trabalho na Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ), entre os dias 14 e 18 de agosto. No encontro, foram abordados três temas principais: metodologias de levantamento de solos, treinamento de pessoal e definição de áreas prioritárias.

O Pronasolos, um projeto ambicioso, está em sua fase inicial. Ele vai mapear o território brasileiro e gerar dados com diferentes graus de detalhamento para subsidiar políticas públicas, auxiliar gestão territorial, embasar agricultura de precisão e apoiar decisões de concessão do crédito agrícola, tudo isso num prazo de 30 anos.

O workshop foi precedido por reuniões locais, que aconteceram no Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Brasília (englobando as regiões Centro-Oeste e Norte). Estes encontros buscaram definir uma agenda de trabalho para a realização de levantamento de solos e também a definição de áreas prioritárias.

“No encontro do Rio de Janeiro buscamos ouvir o pessoal dos estados, as especificidades regionais”, revela o pesquisador da Embrapa Solos, Amaury de Caravlho Filho. Essa atenção às peculiaridades nacionais também foi lembrada pelo chefe geral da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA), Adriano Venturieri, “temos muitos brasis dentro do nosso País. Vejo o pessoal do Sul com uma boa parte do território mapeada numa escala 1:25.000, enquanto isso, no Norte, muitos lugares não possuem nem levantamentos em 1:250.000”.

Sobre as metodologias de levantamento de solo, palestras de especialistas abordaram as experiências aplicadas no Brasil de forma tradicional, bem como aquelas em desenvolvimento, como o mapeamento digital.

A importância do estudo do solo foi reiterada pela chefe geral da Embrapa Cocais (São Luís-MA), Lourdes Mendonça. “O solo, juntamente com a água, é o berço da agricultura e responsável pela fixação e do homem à terra. É o componente mais importante da produção e, a depender da forma como o tratamos, construiremos ou não um desenvolvimento em bases duradouras. É preciso conhecer melhor nossos solos, para garantirmos a sustentabilidade econômica, social e ambiental do planeta, garantindo a nossa sobrevivência e a das gerações futuras”.

Esse workshop foi o primeiro momento de discussão para a elaboração de documento orientador sobre os temas citados acima. As apresentações, na forma de palestras, e a síntese das discussões irão compor documento para uniformização de propostas e para análise na próxima oficina, prevista para outubro de 2017, também na Embrapa Solos.

Além de profissionais da Embrapa, estiveram presentes pesquisadores do CPRM, IAC, IBGE UFSC, UFPI, UFRRJ e UFV.


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