Embrapa assina três novos acordos de parceria com o setor produtivo

As assinaturas acontecerão durante a solenidade de aniversário, às 14 horas, no pavilhão Ciência para Vida, na sede da Empresa, em Brasília-DF

23.04.2019 | 20:59 (UTC -3)
Embrapa

Por ocasião das comemorações dos seus 46 anos, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) assinará nesta quarta (24) três importantes acordos para promover inovações no setor produtivo brasileiro. As assinaturas acontecerão durante a solenidade de aniversário, às 14 horas, no pavilhão Ciência para Vida, na sede da Empresa, em Brasília-DF.

O primeiro acordo será com a Corteva Agriscience, Divisão Agrícola da DowDuPont. As duas empresas avançaram na parceria em pesquisa que aplica técnicas de edição gênica para trabalhos na área de soja tolerante à seca e à fitonematóides e assinarão um termo de compromisso com esse objetivo. As pesquisas conjuntas utilizarão a tecnologia Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats (CRISPRs-Cas9) para a edição de genomas. O diretor-executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Cleber Soares, comemora a assinatura do Termo de Compromisso. “Com o CRISPR/Cas 9 a Embrapa passa a utilizar uma tecnologia de ponta que propiciará um enorme avanço para os nossos programas de melhoramento”, disse.

O segundo acordo será com a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), por meio de um Termo de Cooperação Técnico-Financeira no valor de R$ 7,2 milhões. O valor será destinado ao fomento à inovação tecnológica e ao empreendedorismo agrícola em comunidades de 12 municípios localizados no entorno das barragens do Complexo de Paulo Afonso e as Usinas Hidro Elétricas de Itaparica (Luiz Gonzaga) e Xingó, nos estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe.

A cooperação prevê a execução do projeto "Ações de desenvolvimento para estudantes e produtores agropecuários (bovino, caprino, ovino, abelha, galinha, hortaliças, frutas, milho, feijão, mandioca) dos Lagos do São Francisco – PE/SE/AL/BA". O Projeto Lagos do São Francisco tem a participação também do BNDES, de prefeituras municipais e outros órgãos públicos e privados.

Em três anos, a equipe de profissionais da Embrapa Semiárido responsável por atividades de pesquisa, de transferência de tecnologias e de desenvolvimento estenderá a cerca de 1000 agricultores os benefícios diretos do projeto. Outros 3000 irão se beneficiar indiretamente com a participação em dias de campo, palestras, cursos, distribuição de mudas e sementes, além de publicações e materiais técnicos.

A área de atuação do projeto se estende por mais de 11.300 km² do Submédio e o Baixo São Francisco. De acordo com o pesquisador Pedro Carlos Gama da Silva, Chefe Geral da Embrapa Semiárido, a construção das usinas hidroelétricas altera a dinâmica agrícola das áreas de influência com impacto sobre os sistemas de produção tradicionais.

O projeto fará chegar a segmentos importantes da agropecuária regional um conjunto de inovações em áreas diversas: conservação do solo, hortaliças, fruticultura, apicultura e sistemas pecuários de projeto (carne e leite). Para Pedro Gama, as comunidades e municípios podem ganhar um incremento na rotina produtiva a partir do uso das potencialidades dos lagos e da inserção de novas atividades econômicas na agropecuária. A cooperação entre Embrapa e Chesf em ações de desenvolvimento teve início em 2010 com a implantação do Projeto Lago de Sobradinho. Em 2017, o Projeto recebeu do Ministério da Integração o Prêmio Celso Furtado de Desenvolvimento Regional na categoria “Projetos Inovadores para Implantação no Território”.

Novas seleções de uvas para o semiárido

Embrapa Uva e Vinho e a Associação de Produtores de Uva do Vale assinarão o terceiro acordo - um convênio de cooperação técnica para validação de novas seleções avançadas de uva de mesa adaptadas para o semiárido nordestino. A avaliação prevê testes agronômicos relacionados à produtividade, tolerância a doenças e também avaliação mercadológica.

A iniciativa visa disponibilizar, com o apoio do setor produtivo, de forma mais rápida novas cultivares que irão aumentar a competitividade dos viticultores do semiárido brasileiro, tanto no mercado interno como no mercado externo, a exemplo da BRS Vitória que garantiu seu espaço no concorrido mercado europeu.

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