Embrapa e Santa Clara Agrociência firmam parceria para desenvolver e produzir nematicidas biológicos

Anúncio do projeto de R$ 2,4 milhões foi realizado durante a 4ª Conferência Internacional em Ribeirão Preto, São Paulo

19.06.2018 | 20:59 (UTC -3)
Noemi Oliveira

A Santa Clara Agrociência acaba de firmar uma parceria com a Embrapa, a EmbrapII – Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial e o Sebrae cujo objetivo é desenvolve novas gerações de nematicidas biológicos à base de extratos de plantas, além de microrganismos. O anúncio foi feito pelo CEO da Santa Clara, João Pedro Cury, durante a 4ª Conferência Internacional, que a empresa está promovendo nesta semana, em Ribeirão Preto, São Paulo. Além das entidades, a parceria contou ainda com o apoio da Fundação Arthur Bernardes (Funarb), vinculada à Universidade de Viçosa/MG, e consultoria da Demetra Consultoria.

Prevista para ter duração de três anos, a parceria envolve investimentos de R$ 2,4 milhões para o desenvolvimento de produtos inovadores e com foco no controle biológico de pragas. “O projeto é identificar ativos de plantas que, após um longo processo de análises e pesquisas desenvolvidas em conjunto pela empresa e os institutos de pesquisas, resultem em produtos de comprovada eficiência para os produtores agrícolas”, informou João Pedro Cury, diretor executivo da Santa Clara. A parceria garantirá para a Santa Clara o selo de referência da EMBRAPA, que comprova os resultados dos testes e representa importante apoio na comercialização dos futuros produtos. Os vários experimentos necessários ao desenvolvimento serão feitos em campo e em laboratórios.

Para o pesquisador da Embrapa, Clenilson Rodrigues, responsável pelo projeto resultante da parceria, a iniciativa está inserida dentro do novo conceito de inovação aberta, que privilegia compartilhamento de conhecimento. “A parceria está sintonizada com a filosofia da Embrapa de fomentar o desenvolvimento tecnológico da sociedade, de maneira a entregar produtos de biotecnologia e de química verde para o mercado agrícola brasileiro”, comentou.

De acordo com Cury, a intenção da Santa Clara com a parceria é fortalecer sua atuação no segmento de controle biológico de pragas e doenças da agricultura brasileira, uma área que vem tendo expressivo crescimento nos últimos anos. “As projeções dos analistas indicam que o consumo de defensivos biológicos no Brasil tem crescido a uma média anual de 15% ao ano, superior ao crescimento mundial, que tem se mantido na casa dos 10%. E as estimativas futuras indicam que até 2027, nada menos que 30% do mercado nacional de defensivos agrícolas serão compostos de produtos biológicos. Queremos estar bem posicionados nesse segmento”, completou o principal executivo da Santa Clara.

O estabelecimento da parceria também consolida a vocação de empresa inovadora e focada no desenvolvimento científico da Santa Clara, que tem destinado nada menos que uma média de 5,3% de sua receita anual bruta ao investimento em pesquisa e desenvolvimento. “O resultado mais recente dessa nossa estratégia de intensa dedicação à pesquisa é o recente registro que fizemos no Ministério da Agricultura da primeira isca formicida orgânica para formigas, um produto inédito no mundo e patenteado por nós”, explica Cury.

O executivo salienta ainda que, nessa mesma linha, a empresa possui cinco outras patentes, além 12 que estão em processo de análise pelos órgãos certificadores. Outro indicador de constante preocupação com inovação e aprimoramento científico da Santa Clara é que 8 dos 10 diretores da companhia possuem, pelo menos, mestrado em alguma área do conhecimento agrícola. “Vários deles, além do mestrado, também são doutores”, conclui o Cury.

A Conferência continua nesta quarta-feira (20/06) com novas palestras de acadêmicos e também gestores da Santa Clara. Ao final do evento, marcado para 13h, todos os 350 participantes farão uma visita à nova unidade que a empresa inaugura oficialmente em Jaboticabal, São Paulo.

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