Embrapa Hortaliças estuda parceria com instituição responsável pelo sequenciamento do genoma da alface

​A primeira versão do genoma completo da alface foi publicada no início desse ano por uma equipe de cientistas do “The Genome Center”, da Universidade da Califórnia – campus Davis (EUA)

23.08.2017 | 20:59 (UTC -3)
Paula Rodrigues

A primeira versão do genoma completo da alface foi publicada no início desse ano por uma equipe de cientistas do “The Genome Center”, da Universidade da Califórnia – campus Davis (EUA). O pesquisador que liderou essa tarefa, Dr. Richard Michelmore, esteve presente na Embrapa Hortaliças, no último dia 18 de agosto, para discutir a possibilidade de intensificar os trabalhos conjuntos na área de genética, genômica e melhoramento de alface.

“O professor Michelmore tem sido um dos expoentes mundiais na caracterização de genes de resistência a diferentes microrganismos nocivos à alface, mas que também afetam outras hortaliças”, assinala o pesquisador Leonardo Boiteux, da área de melhoramento genético, que coordenou a visita técnica.

Segundo ele, há doenças que afetam o cultivo da alface no mundo inteiro e, a partir desse denominador comum, a proposta é estabelecer uma parceria entre as instituições para buscar genes de resistência aos principais fungos, vírus e nematoides que atacam a cultura nas condições brasileiras. “Acreditamos que há uma grande chance de desenvolver estudos em parceria principalmente para vencer doenças como murcha de fusário, vira-cabeça, nematoides-das-galhas e míldio”, enumera o pesquisador.

Para mapear o genoma da alface, um dos maiores do reino vegetal, o grupo de pesquisas norte-americano teve que utilizar técnicas pioneiras e inovadoras de análise que permitiram gerar informações para subsidiar os programas de melhoramento genético na busca de marcadores moleculares ligados com genes de interesse para o cultivo dessa hortaliça.

“Os marcadores moleculares representam importantes ferramentas para ajudar o processo de seleção de um vasto conjunto de características genéticas de interesse tanto para comunidade científica quanto para produtores e consumidores de alface”, ressalta Boiteux ao enumerar que as características podem passar tanto por aspectos agronômicos, como produtividade e resistência a doenças, até por questões relacionadas à assimilação de nutrientes do solo e compostos funcionais.

A equipe da Unidade que recebeu o Dr. Michelmore foram os pesquisadores Leonardo Boiteux e Fábio Suinaga (genética e melhoramento), Maria Esther Fonseca (análise genômica), Ailton Reis (fitopatologia), Mirtes Lima (virologia) e as estudantes Cleia Cabral (micologia) e Geane Fontes (virologia).


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