Encontro dos Adidos Agrícolas brasileiros define diretrizes e discute próximos passos para exportações nacionais

Evento ocorre digitalmente e conta com a participação de 24 adidos lotados em países estratégicos para o agronegócio brasileiro

16.09.2020 | 20:59 (UTC -3)
Victor Correia

Adidos agrícolas se reúnem virtualmente desde a última segunda-feira (14/09) no 2º Encontro dos Adidos Agrícolas Brasileiros. O cargo é formado, majoritariamente, por Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Affas). Eles são responsáveis por garantir a qualidade das exportações brasileiras e abrir novos mercados para os produtos agropecuários. O evento é uma oportunidade para reunir visões de diversos mercados, acertar diretrizes e, no momento atual de pandemia, discutir a importância da atuação dos adidos.

“Durante a fala de abertura, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, destacou os três “Is” que estão sendo discutidos no encontro: infraestrutura, inovação e instrumentos verdes”, conta a Affa e adida agrícola, Angela Pimenta Peres, que está lotada em Lima, no Peru. “Os adidos agora estão sendo instruídos e capacitados para levar a sustentabilidade como algo inerente à produção brasileira”, continua.

Entre os demais pontos que estão sendo discutidos estão ainda a imagem internacional do Brasil como um dos maiores exportadores e a diversificação dos produtos exportados. Além da produção brasileira em larga escala, como a de soja e carne bovina, o Mapa quer agora abrir mercados para produtos de agricultura familiar, como castanhas, lácteos, frutas e feijão.

“Está sendo muito comentada também a questão das pesquisas, que é um ativo que podemos oferecer”, conta Angela. “Podemos levar a ciência nacional para fora, não somente por meio da Embrapa, mas também das empresas estaduais de pesquisa agropecuária. Os adidos ajudam muito na identificação de possíveis parceiros e projetos no exterior com potencial para atender essa demanda”, continua.

O Encontro ocorre até sexta-feira (18/09) e é organizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), pela Agência de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE). Estão previstas mais de 600 reuniões com as diversas entidades do agronegócio em rodadas de conversa com o setor privado. “É interessante repassar essas visões diferentes. O encontro trouxe para algumas reuniões representantes das áreas comerciais das embaixadas, o que permite uma troca de experiências”, diz Angela.

“Nós ficamos, em geral, isolados nas embaixadas. Só temos o contato do dia-a-dia com o Mapa e com nossos colegas. Esse evento também permite um alinhamento de diretrizes, do que vamos trabalhar daqui para a frente”, conta o Affa Dalci de Jesus Bagolin, adido agrícola lotado em Nova Delhi, Índia. “Nossa atuação é muito importante para as exportações. A velocidade é imprescindível hoje. Se uma carga está parada em um porto, por exemplo, nós corremos para fazer a liberação. Essa comunicação ágil é essencial tanto para resolver esses problemas pontuais como para lidar com negociações mais prolongadas”, continua.

O presidente do Anffa Sindical, Maurício Porto, também ressalta a importância dos adidos agrícolas para as exportações.  “São eles que garantem a qualidade dos produtos e que os exportadores seguiram todas as normais internacionais. É importante lembrar que, em um momento de crise em quase todos os setores, os adidos atuaram fortemente para abrir novos mercados e manter as exportações em alta”, finaliza. Destaca-se que em 2019 e 2020 foram abertos 93 novos mercados para diversificar ainda mais o agronegócio brasileiro. Foi justamente quando o Brasil alçou os maiores recordes de exportação agrícola, mesmo com a pandemia de covid-19.

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