Encontro para debater novas ameaças de plantas daninhas

A prevenção e controle do caruru-gigante (Amaranthus palmeri) é dos destaques do IV Encontro Nacional sobre Resistência de Plantas Daninhas aos Herbicidas, que acontece dia 9 de junho, em Passo Fundo, RS

12.05.2016 | 20:59 (UTC -3)
Joseani M. Antunes

O produtor está acostumado a encontrar plantas de caruru em meio às lavouras de grãos, mas uma nova espécie identificada no Mato Grosso colocou a defesa agropecuária brasileira em estado de alerta. A prevenção e controle do caruru-gigante (Amaranthus palmeri) é dos destaques do IV Encontro Nacional sobre Resistência de Plantas Daninhas aos Herbicidas, que acontece dia 9 de junho, em Passo Fundo, RS.

Amaranthus palmeri é uma planta daninha exótica de caruru, que já causava perdas nos algodoais nos Estados Unidos e no México, quando foi identificada pela primeira vez no Brasil, em 2015, em lavouras do Mato Grosso, em locais de rotação de algodão, soja e milho. Além do crescimento rápido (2 a 3 cm por dia), as flores femininas podem produzir sementes mesmo sem a ocorrência de polinização (cada planta pode produzir de 100 mil a 1 milhão de sementes). Sem controle, as perdas no rendimento das culturas podem atingir 91% em milho, 79% em soja e 77% no algodão.

Experimentos realizados por instituições americanas mostraram que esta planta daninha pode desenvolver resistência a diferentes princípios ativos dos herbicidas (glifosato, inibidores da ALS, do fotossistema II, inibidores da HPPD e da tubulina), bem como resistência múltipla a diferentes mecanismos de ação. "Por isso a importância de controlar os primeiros focos encontrados no País, manejando corretamente para evitar a resistência de plantas que possam se espalhar em outras regiões produtoras", esclarece o pesquisador da Embrapa Trigo, Leandro Vargas.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, Dionisio Gazziero, por enquanto, o problema está contido nas mesmas áreas onde o Amaranthus palmeri foi registrado no estado do Mato Grosso, graças ao esforço das instituições e produtores mobilizados no controle da praga. Contudo, Gazziero alerta para o risco da entrada do Amaranthus palmeri no Rio Grande do Sul, devido ao fluxo de insumos e máquinas nas regiões de fronteira: "a proximidade com a Argentina, onde esta espécie se disseminou, é um risco real para o RS. A contaminação das lavouras brasileiras pode ocorrer através de pássaros, máquinas ou sementes".

Orientação

A Embrapa Soja lançou o comunicado técnico "Amaranthus palmeri no Brasil" e o folder "Amaranthus palmerino Paraná: ALERTA", que estão disponíveis no Portal da Embrapa. As informações técnicas têm como objetivo orientar para a correta identificação da espécie. "Em caso de suspeita, é importante o produtor buscar ajuda na assistência técnica, já que não é possível indicar um tratamento, sem saber qual resistência esse biótipo apresenta. Estamos ao lado dos técnicos para identificar e só então fazemos experimentos para avaliar quais herbicidas agem melhor naquela situação", explica Dionisio Gazziero.

Serviço

IV Encontro Nacional sobre Resistência de Plantas Daninhas aos Herbicidas

Quando: 9 de junho

Onde: Centro de Eventos da Universidade de Passo Fundo, em Passo Fundo, RS

Promoção: Embrapa Trigo e Revista Plantio Direto

Informações: (54) 3311-1235, revista@plantiodireto.com.br

Programa: www.embrapa.br/trigo/eventos

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