Energia elétrica precária prejudica plantações gaúchas de arroz

Produtores do grão relatam problemas de equipamentos queimados e falta de equipe para reparar danos no sistema

14.12.2017 | 21:59 (UTC -3)
Nestor Tipa Júnior

Os produtores de arroz do Rio Grande do Sul têm convivido nos últimos meses com as mais variadas adversidades para conseguir produzir nesta safra. Depois do clima e preços, os problemas de energia elétrica também atrapalham a implantação das lavouras no Estado. A falta de luz e precariedade dos equipamentos tem sido um empecilho muito forte para que os arrozeiros mantenham as lavouras irrigadas e consigam fazer o correto manejo das plantas.

Produtor em Santa Vitória do Palmar, Marcio Silveira relata que a situação é crítica, pois falta luz e há a demora do restabelecimento devido a falta de equipes. "As redes de distribuição internas estão em péssimas condições de conservação. Temos visto que existem vários postes queimados, travessas queimadas, equipamentos reguladores de tensão estragados e bancos capacitores desligados", explica.

Silveira destaca que a situação complica mais ainda porque não há como manter o nível de água nas lavouras, o que prejudica as plantas. "As plantações estão com grandes dificuldades de manter o nível da água e muitos produtorea acabam tendo prejudicados também os manejos de herbicidas e fertilizantes nitrogenados, pois com esta situação não estão conseguindo encher a lavoura", observa.

Segundo o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, além do Brasil possuir uma tarifa consideravelmente superior aos demais competidores, há o agravante da bandeira vermelha, além do detalhe da qualidade do serviço entregue ao consumidor. "Inexiste manutenção preventiva nas redes de distribuição da concessionária CEEE e sequer equipes para atendimento na zona rural", ressalta.

Dornelles enfatiza que os produtores de arroz, além de todas as desvantagens tributárias,  que oneram diretamente a produção, precisam conviver com uma entrega deficiente de energia elétrica que exige maiores manutenções pela queima de equipamentos e manejo inadequado de fertilizantes, como ureia e herbicida, inclusive com a necessidade de aplicações adicionais.

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