Especial Agrishow: IAC lança duas cultivares de feijão na Agrishow 2018

Uma é do tipo preto e precoce, característica altamente importante para o setor. A outra é feijão carioca, com perfil que agrada à indústria e ao consumidor

27.04.2018 | 20:59 (UTC -3)
Carla Gomes

O Instituto Agronômico (IAC) irá lançar uma cultivar de feijão preto precoce na Agrishow 2018, que será realizada de 30 de abril a 4 de maio de 2018, em Ribeirão Preto, interior paulista. Com ciclo de 75 dias, o novo feijão é chamado IAC Veloz e traz essa importante característica para o setor. Esse perfil é raro no mercado nacional de feijão preto e deverá contribuir bastante para as regiões onde é feita a rotação da cultura com milho e soja. Esta necessidade ocorre no Mato Grosso e no Paraná. Nestes dois estados, a IAC Veloz apresentou ciclo de 75 e 80 dias, respectivamente.

A redução do período em que a planta permanece no campo faz muita diferença para o agricultor, sobretudo em áreas onde há uso de irrigação, segundo Alisson Fernando Chiorato, pesquisador do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Ele explica que, em geral, os ciclos são de 90 dias. “Essa redução do ciclo aumenta a janela de semeadura e de colheita, beneficiando o agricultor”, completa.

A produtividade da IAC Veloz é alta, atingindo a média de 2.725 quilos, por hectare, na época de semeadura das águas, 2.012 quilos, na da seca e 3.035 na do inverno, segundo o pesquisador. “O grão é preto achocolatado, exatamente como o mercado precisa que seja; após cozimento eles se mantêm inteiros e a casca é fina”, explica. Outra característica importante para o consumidor é o teor de proteína, que na IAC Veloz é de 21%.

A nova cultivar é resistente à antracnose e tolerante à murcha defusarium. Essas características proporcionam a redução do controle químico em torno de 20%. A planta tem porte ereto, o que facilita a colheita mecânica.

O feijão preto é produzido no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso e tem mercados consumidores no Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais.

As sementes da IAC Veloz estão em fase de produção no IAC, em Campinas, e estarão disponíveis no final de 2018.

O IAC já desenvolveu mais de dez cultivares de feijão preto. Atualmente mantém a IAC Netuno, lançado em 2017, e agora disponibilizará a IAC Veloz. A IAC Netuno está sendo cultivada na Bahia, onde há 4.000 hectares plantados, e também no Paraná e Santa Catarina.

 Parceria busca incentivar produção do feijão preto no Estado de São Paulo

 O Instituto Agronômico (IAC) está trabalhando para incentivar o cultivo de feijão preto nas lavouras paulistas. A cultivar IAC Netuno, que tem ciclo normal de 90 dias, começará a ser plantada na região de Holambra, no Sudoeste do Estado.

Uma parceria entre o IAC, a Camil Alimentos e a MIAC Máquinas Agrícolas está direcionada a reunir produtores do Vale do Paraíba interessados em cultivar feijão preto. Nessa parceria, a Camil se compromete a comprar o produto, mas exige uma produção de 20 mil sacas. O IAC irá fornecer as sementes e a MIAC oferecerá máquinas e implementos, gratuitamente, aos participantes do projeto. “Com potencial produtivo de 2.800 quilos, por hectare, é possível produzir de 45 a 50 sacas, por hectare, para atender à demanda da Camil”, explica Chiorato.

A identificação dos agricultores interessados nessa atividade será feita pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) do Vale do Paraíba.

Novo feijão carioca é lançado pelo IAC

O mercado do feijão carioca também ganhará um novo integrante. O Instituto Agronômico (IAC) irá lançar a IAC 1850 Aliança, na Agrishow 2018, em Ribeirão Preto, interior paulista. A nova cultivar tem alta produtividade, confirmada em 36 experimentos realizados nos estados de São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso, durante 2016 e 2017. Os testes foram feitos para as épocas de semeadura das “águas”, da “seca” e de “inverno”. Nestes períodos, a IAC 1850 Aliança apresentou produtividade de 2.975 quilos, por hectare, 2.607 e 2.989, respectivamente.

“Os grãos terão excelente aceitação de mercado, tanto pelo tamanho, quanto pela tolerância ao escurecimento, tornando-se uma característica de grande interesse para a indústria empacotadora”, explica o pesquisador do IAC, Alisson Fernando Chiorato.

O novo carioca deverá agradar também aos consumidores por apresentar qualidade de grãos e de caldo, que é espesso e claro, além do teor de proteína de 21%, dentro da média dos materiais existentes no mercado. O consumidor de feijão prefere o grão mais claro, com caldo também mais claro e que mantenha esse aspecto por maior tempo.

A IAC 1850 Aliança é resistente às principais raças da antracnose e tolerante à murcha de fusarium, viabilizando a redução do uso de produtos químicos em torno de 20%.

A nova cultivar é recomendada para o cultivo nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. As sementes estarão disponíveis no final de 2018.

Chiorato afirma que a nova cultivar veio para substituir a IAC Milênio, lançada em 2016, que apresentou alta vegetação e por isso gerou certa recusa por parte dos agricultores. A IAC 1850 Aliança não apresenta esse problema. “A alta vegetação prejudica porque origina na planta vagens verdes e outras já em estágio de colheita, no mesmo período; esse descompasso interfere negativamente na colheita”, explica.

Serviço

Lançamento de duas cultivares de feijão IAC – uma do tipo preto e outra do tipo carioca

Local: Agrishow 2018 (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), no estande da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo na Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação. Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, km 321, Ribeirão Preto, SP.

Data: 30 de abril a 4 de maio de 2018

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