Especialistas dão dicas para produtores de cana que tiveram prejuízos com as geadas e a seca prolongada

Momento requer planejamento nos canaviais para recuperar a produtividade e obter ganhos maiores em 2022

21.09.2021 | 20:59 (UTC -3)
Amanda Pimentel

A FMC, empresa de ciências para a agricultura, reuniu especialistas para orientar produtores de cana-de-açúcar a planejar o plantio da safra 21/22. As geadas que aconteceram em junho e julho e o longo período de seca causaram muitos estragos nos canaviais brasileiros, derrubando a produtividade e também com risco de falta de mudas, entre outros problemas. No entanto, os preços do açúcar e do etanol abrem uma oportunidade onde o produtor que investir pode recuperar sua lucratividade.

“Nós temos o compromisso de encontrar caminhos e soluções para os produtores”, disse Marco Faria, Diretor Comercial da FMC. Com esse intuito, a empresa reuniu especialistas no assunto, num evento virtual: Seca e Geadas: Oportunidades e Desafios, começando com Fábio Marim, da Esalq, que tratou da questão hídrica. O pesquisador mostrou que, embora estejamos no terceiro ano de seca nas principais regiões produtoras, as chuvas prometem chegar em setembro/outubro, com previsão acima da média na região sul, na média em São Paulo e Centro Oeste. Caio Carvalho, diretor da Canaplan, explicou que esse é o momento de recuperação da produtividade perdida pelos problemas citados e reafirmou que é hora de investir para ter melhor safra 21/22.

O manejo correto da cultura é o segredo para se chegar a isso, apontou o experiente Daine Frangiosi, produtor rural e presidente da Canacampo. Significa, conforme ele esclarece, saber escolher bem as variedades, manejo correto de produtos químicos e biológicos, para deixar a cultura mais equilibrada. Além disso, olhar o momento do plantio e fazer rotação com outras culturas para dar uma melhorada no solo. O consultor Antonio Luiz Palhares, diretor da Palhares Treinamentos Técnicos, lembrou que a diferença é o uso da tecnologia, como por exemplo, o Programa Gennesis da FMC, que fez com que a cana plantada com o programa se desenvolvesse mais rápido, mesmo com a seca.

Outro cuidado apontado como importante nesse período de retomada dos canaviais é com a infestação de pragas e insetos. Leila Dinardo Miranda, pesquisadora do IAC, contou que mesmo com a seca intensa, as geadas e o período de 15 a 20 dias de frio intenso não afetaram os nematóides e as cigarrinhas, pois eles ficaram protegidos dentro dos ovos. O mesmo acontecendo com outros insetos e específico a broca da cana. Ela alerta que quando as chuvas chegarem, as pragas vão se recuperar rapidamente, as plantas vão estar pequenas e não podem ficar desprotegidas. 

O especialista José Francisco Garcia, diretor da Global Cana, concorda e reforça que o que sofreu com a geada foi a cana, os insetos estarão prontos para voltar. Ele diz que o produtor não deve baixar a guarda, para ter um canavial produtivo em 2022. Como dica, sugere o uso de inseticida sistêmico e seletivo, como o Altacor, para obter cana com qualidade e produtividade.

Weber Valério, consultor da Agrociência, trouxe a preocupação quanto às plantas daninhas, que ficaram protegidas da geada pela palha e que, agora, com a volta das chuvas, impõe-se a necessidade de repor o herbicida. “O manejo de plantas daninhas com seletividade será o grande desafio para essa safra”, reforça Edison Baldan Jr, diretor da Baldan Connected. Na sua opinião, o produtor vai chegar no final do ano com a cana aberta, necessitando usar produtos com longo residual. Para ele, aplicar o herbicida será fundamental pois trará mais benefício do que o prejuízo que o produtor terá na hora de fazer a colheita mecanizada. 

Finalizando, o especialista aponta que o estresse abiótico afetou muito as plantas e o produtor deve usar tecnologia com efeito antioxidante para destravar o canavial, é o que afirma o professor Carlos Crusciol, da Unesp de Botucatu. “Ele complementa que deixar o canavial pronto para o retomar o crescimento é uma oportunidade a ser aproveitada. Se isso não for feito, o desenvolvimento será muito lento”,  acentua. 

Marco Faria finaliza afirmando será um ano que as chuvas voltarão ao normal, o preço do açúcar e etanol estão atrativos e que é hora de investir com produtos inovadores,  eficientes e com alta qualidade de formulações.

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