Estudiosos do solo de vários países conhecem produção de hortaliças na Serra Fluminense

​81 pesquisadores de países diversos subiram a Serra do estado do Rio de Janeiro no dia 15 de agosto para uma das excursões técnicas de campo do XXI Congresso Mundial de Ciência do Solo

16.08.2018 | 20:59 (UTC -3)
Carlos Dias​

81 pesquisadores de países tão diversos quanto França, Hungria, Nigéria, Sri Lanka e Sudão subiram a Serra do estado do Rio de Janeiro rumo ao município de Nova Friburgo (150 quilômetros da capital) no dia 15 de agosto para uma das excursões técnicas de campo do XXI Congresso Mundial de Ciência do Solo, que acontece na cidade do Rio de Janeiro até 17 de agosto.

A primeira parada foi aos pés de uma atração turística, o pico do Dedo de Deus, onde foi possível ter uma visão privilegiada da formação geológica da área, da Baía de Guanabara e das cidades de Guapimirim e Teresópolis. “A região é muito interessante geograficamente, em poucos quilômetros saímos da Baixada para chegar a quase mil metros de altura”, disse o pesquisador da Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ), Ademir Fontana, um dos guias.

No segundo ponto, já em Nova Friburgo, a atração foi um latossolo característico da região, com grande espessura de horizonte superficial, escuro, com alto teor de matéria orgânica. Esse tipo de solo não existe fora do Brasil, e foi formado há aproximadamente três mil anos.     O inusitado do perfil deste solo aberto aos visitantes chamou a atenção da cientista finlandesa Miriam Nystrand, da Abo Akademi University. “A acidez do solo é incrível, o pH chega a 4.2”.

A “juventude” do solo impressionou o pesquisador alemão Einar Eberhardt, do Instituto Federal Alemão de Geociência e Recursos Naturais (Hanover).  “Aqui estamos no subtrópico, até temos terra semelhante na Alemanha, mas apenas como paleosolos, muito antigos e com um horizonte superficial bem diferente”.

A área dedicada à visita técnica produz hortaliças (alface, brócolis, couve flor e tomate) em produção familiar.  


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