Expoarroz encerra Forum de Segurança Alimentar com ajustes na genética das plantas

​A Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) é co-organizadora e expositora na 5ª Expoarroz, que se encerrou nesta quinta-feira, 11 de maio, no Centro de Eventos da Fenadoce, em Pelotas

12.05.2017 | 20:59 (UTC -3)
Cristiane Betemps

A Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) é co-organizadora e expositora na 5ª Expoarroz, que se encerrou nesta quinta-feira, 11 de maio, no Centro de Eventos da Fenadoce. Além de material de divulgação sobre as recentes cultivares, lançadas pela pesquisa agropecuária em arroz, as BRS Pampeira e A701CL, os paineis técnicos que integraram o Forum de Segurança Alimentar trouxeram indicativos para que a pesquisa esteja ainda mais próxima dos atores da cadeia produtiva do arroz.

O pesquisador Ariano de Magalhães Martins Junior, representante do grupo de trabalho com pesquisa em arroz, na Unidade de pesquisas, disse que os dois grandes temas com participação da Embrapa trazem contribuições muito significativas à população. O primeiro painel trouxe à discussão a presença, ou não, do arsênio no teor do grão do arroz. "O arsênio é um metal tóxico e se for consumido pelo homem é prejudicial à saúde", destacou Ariano. Conforme ele, a pesquisa tem trabalhado com a minimização dos efeitos da presença do arsênio. Mas a população não precisa se preocupar, pois não se tem trabalhado com altos teores de arsênio nas lavouras de arroz da nossa região. O arroz do Rio Grande do Sul é de qualidade, mas nós, como pesquisadores, precisamos continuar a investigar, a testar e a informar os resultados às pessoas", disse Ariano. Para ele os solos do Rio grande do Sul não possuem níveis de presença de arsênio como em outras regiões do país.

O segundo painel tratou das mudanças climáticas. O pesquisador enfatizou que o arroz é uma planta domesticada e que tem apresentado padrões agronômicos já estabelecidos, mas frente as modificações das condições climáticas será necessário ajustes na fisiologia da planta. "Isso vai alterar a genética das plantas para que em temperaturas mais elevadas, tenhamos uma melhor adaptação, ao se ter maior tolerância", lembrou Ariano. Outros pontos também foram apontados pelo pesquisador como a concentração de gases diferentes - o efeito estufa e mais gás carbônico. "Tudo isso vai colaborar para que a pesquisa agropecuária possa realizar uma prospecção de demandas e consiga oferecer ao produtor cultivares mais competitivas", concluiu o pesquisaor.

Novas Cultivares
No espaço institucional da Embrapa os participantes da Exposição puderam conhecer as cultivares de arroz recentemente lançadas pela Embrapa. A BRS A 701CL, cultivar oriunda do programa de melhoramento genético, obtida por retrocruzamento entre a cultivar comercial BRS 7 Taim e a cultivar Cypress CL, que é uma fonte de resistência a herbicida do grupo químico da imidazolinonas.

A BRS Pampeira originou-se de cruzamento simples, envolvendo a variedade IR 22 e a linhagem CNA 8502, visando reunir maior resistência à brusone, rusticidade, potencial produtivo e qualidade de grãos. Apresenta elevado perfilhamento, colmos fortes e resistência ao acamamento de plantas.


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