Feijão se encontra em vários estágios e plantio avança no RS

A cultura do feijão no Rio Grande do Sul se encontra em fases de semeadura, germinação, desenvolvimento e floração

04.11.2016 | 21:59 (UTC -3)
Adriane Bertoglio Rodrigues

A cultura do feijão no Rio Grande do Sul se encontra em fases de semeadura, germinação, desenvolvimento e floração. Em algumas áreas já instaladas, o desenvolvimento é mais lento, em especial nas lavouras que registraram fortes chuvas e noites frias; mesmo assim, apresentam aspecto e sanidade muito bons. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, em São Lourenço do Sul estão semeados 90% da área prevista com feijão. Em Canguçu, 70% da área estimada já foi implantada e em Pelotas foi concluída a semeadura esperada para esta safra. No Alto Uruguai, 100% da área foi semeada, sendo que 95% está em desenvolvimento vegetativo e 5% em floração. Nos Campos de Cima da Serra, as lavouras comerciais só serão implantadas em dezembro.

O desenvolvimento vegetativo do milho também é considerado muito bom, com boa população de plantas. As chuvas e as altas temperaturas aceleraram o crescimento da cultura nos últimos dias. Algumas lavouras estão entrando no período de floração, fato que atinge 1% do total semeado. As áreas atingidas pelo granizo recuperaram o potencial produtivo, em consequência dos fatores climáticos favoráveis após o evento. Para os produtores gaúchos, as expectativas de produtividade são muito boas.

Na soja, a maioria dos produtores está aguardando o período ideal para plantio. As áreas já implantadas apresentam boa germinação e emergência. No Estado, a área plantada atinge 9% do total projetado (5,5 milhões de ha). O preço, estabilizado em R$ 67,31 a saca, é considerado baixo pelos produtores, que realizam pouca comercialização, aguardando a melhoria nas cotações.

Nas lavouras de trigo, a queda de granizo, que ocasionou o acamamento em algumas regiões, como no entorno de Ijuí, não comprometeu a cultura. As lavouras que estavam prontas para a colheita no final de semana apresentaram queda de pH, baixando de 82 para 75 ou 76. As áreas em final de maturação não apresentam baixas significativas. Produtores apontam para produtividades de até 70 sacas/ha. Quando as condições meteorológicas permitem o aporte de máquinas, a colheita avança e no momento atinge 22% do total plantado.

A cultura da cevada encontra-se nas últimas fases do ciclo, ou seja, em enchimento de grãos, maturação, pronta para ser colhida e em início de colheita. O potencial produtivo está entre 2.500 a 3.500 kg/ha, de qualidade regular. Há muitas áreas de lavouras com grande perda de qualidade do produto final, não passando pelas exigências mínimas para processamento industrial e sendo destinada à alimentação animal. Já no Sul do Estado, os produtores de cevada cervejeira estão otimistas com a possibilidade de uma boa colheita. Na região, foram semeados 960 hectares, com destaque para o município de Piratini, que semeou 800 hectares, a maior parte em enchimento dos grãos e maturação.

Cebola – Tradicional produtora deste bulbo, a Zona Sul do Estado está com o transplantio concluído. Os 3.451 hectares de área transplantada apresentam previsão de produção de 82.520 toneladas de cebola. Em Tavares, quem semeou cebola mais tarde obteve um bom rendimento, chegando a um quilo de semente para 0,70 hectares de cebola transplantada, que normalmente rende para no máximo 0,50 hectares. A cultura no geral encontra-se em estágio de desenvolvimento vegetativo e as cultivares superprecoces, em bulbificação. Em Rio Grande, a previsão de colheita é para a primeira quinzena de novembro.

PASTAGENS E CRIAÇÕES
Pastagens - O aumento da luminosidade nos últimos dias contribui para o maior desenvolvimento das pastagens, com aumento da taxa de crescimento. Nos últimos períodos, a intensidade das chuvas em algumas regiões, associada à ocorrência de granizo, causou problemas nas pastagens anuais, implantadas e em fase inicial de desenvolvimento, por atingir as folhas jovens e os pontos de crescimento dessas plantas. Na primavera ocorre o rebrote nos campos nativos, favorecendo o desenvolvimento vegetativo da maioria das espécies, o que irá proporcionar alimentação de melhor qualidade dessas pastagens para os rebanhos.

Bovinocultura de Corte - Na bovinocultura de corte o período é de parição, com expectativa de altas taxas de natalidade. Até o momento, a temporada de nascimentos de terneiros varia de 60 a 85%. Alguns produtores castram os terneiros em seguida que nascem. É importante manejar o rebanho dimensionando a carga animal em função da disponibilidade forrageira, se adequando às condições do campo nativo e das pastagens cultivadas, para garantir melhor desempenho dos animais.

As pastagens cultivadas de verão, como trevo e cornichão, de segundo ano ou mais antigas, também contribuem na dieta dos animais. Porém, a previsão de diminuição da precipitação para os próximos meses preocupa os produtores, pois poderá impactar na diminuição de pasto.

No Estado, os produtores planejam o manejo reprodutivo que se aproxima, preparando os touros para a temporada de entoure, já iniciada em algumas propriedades. Há também quem deu início aos protocolos do IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo) nos seus rebanhos. São iniciados também os protocolos de controle preventivo de carrapato, com aplicação de produtos carrapaticidas, visando reduzir a infestação das áreas de campo que; se não controlada nessa época, pode repercutir em dificuldade do controle do carrapato nos próximos meses.

Em novembro inicia-se a segunda etapa de vacinação obrigatória do rebanho contra a febre aftosa, sendo que todos os bovinos e bubalinos de até 24 meses de idade deverão ser imunizados neste período.

Suinocultura - Na região de Erechim, os produtores estão descontentes com o retorno econômico da atividade, mas, com a aproximação do final de ano, há perspectivas de melhora da comercialização. Não há alteração quanto ao alojamento de matrizes e animais para abate. O alto custo de produção e a escassez do milho têm preocupado os produtores independentes. O valor dos insumos tem acentuado as dificuldades quanto ao retorno econômico da atividade.


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