​Financiamento privado faz crescer necessidade pelo seguro rural

Estima-se que 65% dos produtores de arroz devem recorrer a parcerias ou usar recursos próprios para financiar a lavoura na safra 2016/2017

09.02.2017 | 21:59 (UTC -3)
Emerson Alves

Em tempo de cortes no setor público, o governo federal endureceu a liberação de novos financiamentos, medida que refletiu diretamente na agricultura brasileira. Diante disso, muitos produtores devem usar recursos próprios para planejar a safra 2016/2017. Estima-se que 65% dos produtores de arroz devem recorrer a parcerias com revendas ou usar recursos próprios para financiar o próximo plantio.

Frente a esse cenário, o risco da atividade fica ainda maior, sendo que na última safra as perdas devido a enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul ocasionaram prejuízos de aproximadamente R$ 150 milhões para os arrozeiros, conforme dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Suscetível a riscos climáticos, a agricultura brasileira tem pouco mais de 15% da sua área coberta por seguro agrícola.

Apesar do baixo percentual, o volume de contratações de seguro agrícola mais que dobrou no país entre 2011 e 2014, conforme dados oficiais e disponibilizados no site do Ministério da Agricultura. De acordo com o especialista em seguro rural e diretor da Tovese Seguradora, Otavio Simch, é possível verificar que em 2012 o país tinha 7,9% da área plantada com seguro, e no final de 2014 este percentual chegou a 14,1%. Ao comparar, no entanto, com os Estados Unidos que têm 92% da área plantada cobertas com seguro privado, fica visível que o Brasil precisa avançar com o seguro da lavoura. “Com um avanço rápido, poderemos começar a sonhar com o seguro de renda, que é o melhor mecanismo para o produtor”, garante.

Outro ponto de extrema relevância destacado pelos especialistas na hora de contratar o seguro rural é que ele busque entender bem o que está contratando e o como vai funcionar o pagamento do sinistro. Uma das opções é o seguro por talhão, que apresenta melhor retorno do que o realizado por média da propriedade. O custo entre as duas modalidades é quase o mesmo, mas enquanto a primeira opção considera apenas a parcela da propriedade atingida, a segunda faz uma média geral da área contratada. “É comum o produtor olhar apenas só o que vai pagar e esquece o que está sendo coberto. O produtor precisar ficar atento para identificar a melhor proposta. O produtor precisa olhar o seguro como investimento, assim como qualquer tratamento cultural ou de assistência técnica”, explica o especialista.

Outro bom exemplo de opções de seguro disponível no mercado é o Arroz Protegido, criado há três anos através de uma parceria entre a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e a Tovese Corretora de Seguros, com o apoio da AgroBrasil. A proposta busca proteger o produtor de fenômenos climáticos, tais como granizo e vendaval. Além disso, um dos diferenciais do arroz protegido é a opção da chamada cobertura de replantio por excesso de chuva ou inundação da lavoura. "Ao longo do tempo conseguirmos reduzir ao máximo os prejuízos dos produtores. É preciso avançar rapidamente na contratação dos seguros para as lavouras. Tanto mais lavouras seguradas menos problemas o setor terá para administrar em futuros eventos climáticos", observa Simch.

Durante a vigésima-sétima edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que ocorre de 16 a 18 de fevereiro na Estação Experimental do Arroz, em Cachoeirinha (RS), a Tovese estará esclarecendo os produtores as dúvidas sobre seguro rural. A empresa contará com dos pontos de atendimento, sendo um deles localizado nas vitrines tecnológicas.


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