Frio e geada afetam brotos de videiras na região da Serra Gaúcha

Embora estejam sendo realizados tratamentos antifúngicos nas plantas, a principal preocupação com as frequentes friagens e com o vento é o controle da antracnose

10.10.2019 | 20:59 (UTC -3)
Adriane Bertoglio Rodrigues

O clima frio e úmido das últimas semanas afetou o desenvolvimento das videiras na região Serrana, inclusive nos vales do Caí, Antas e Taquari, onde as temperaturas geralmente são mais altas nesta época do ano. Embora estejam sendo realizados tratamentos antifúngicos nas plantas, a principal preocupação com as frequentes friagens e com o vento é o controle da antracnose, típica doença do período inicial da fase vegetativa.  A formação de geada em inúmeros locais da região afetou os brotos das novas mudas.

De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, a brotação, além de atrasada, se mostra bastante desuniforme, principalmente nas variedades mais precoces, que estão com baixo vigor e estioladas, ou seja, compridas e finas, mesmo nos vinhais onde ocorreu a aplicação de reguladores de crescimento. Por outro lado, nas regiões do Alto da Serra do Botucaraí e Vale do Rio Pardo, os parreirais têm boa brotação, favorecida pelas temperaturas mais elevadas.

No regional da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, os pomares estão em fase de brotação, ocorrendo de forma uniforme. A maior parte deles apresenta ponta verde e primeira folha separada. A semana seca favoreceu a aplicação do primeiro tratamento preventivo às doenças fúngicas. As condições climáticas favoráveis na região resultaram em uma melhor uniformidade e amadurecimento das gemas produtivas e, como consequência, é esperada maior produtividade e qualidade da uva.

Pêssego

Os produtores de pêssego das regiões do Alto Uruguai, Nordeste e Sul estão realizando o raleio dos pomares. A medida consiste em descartar o excesso de frutos da planta, objetivando a produção de pêssegos maiores e com melhor qualidade.

No Alto Uruguai, as plantas estão com boas condições sanitárias. A cultura está em fase de frutificação. Já na região Sul, nos pomares a fase é a mesma, embora desuniforme, por conta da floração e brotação precedentes. Em consequência das geadas de meados de setembro, haverá uma redução de produção, pela queima interna do fruto em início de frutificação. Além do raleio, também ocorrem tratamentos fitossanitários e adubação. O boletim 05/2019 do sistema de alerta da mosca-das-frutas aponta baixos níveis da presença do inseto, sendo recomendado o uso de iscas tóxicas.

Outro ponto do boletim diz respeito à adubação do pomar, importante para garantir vigor e produtividade, com necessidade maior de nutrientes, como nitrogênio e potássio. A preferência é pelo uso de adubos simples. O principal problema fitossanitário nesse momento é, assim como nas videiras, a ocorrência de antracnose, favorecida pelas chuvas ocorridas na semana anterior. É necessária e recomendada a aplicação de fungicidas sistêmicos para o controle da doença.

Melão e morango

Na região de Porto Alegre, 98% das áreas de melão já estão implantadas, de um total de 380 hectares para a safra. Estima-se que a colheita comece em novembro, seguindo até janeiro.

Já na região Sul, as áreas com morango apresentam bom estado sanitário, sem grande ocorrência de pragas e doenças. Devido às altas temperaturas e aos dias mais longos, o desenvolvimento do fruto tem apresentado melhoras, tendo um aumento na produção durante a colheita.

A produção em estufas no Alto Uruguai apresenta bom rendimento, e o preço do morango varia entre R$10,00 e R$20,00/kg. Já nas regiões do Alto da Serra do Botucaraí e Vale do Rio Pardo, o tempo seco da semana que passou ofereceu condições que favorecem os aspectos produtivos do morango, apresentando fruto de qualidade satisfatória. Produtores seguem controlando pragas e doenças. A comercialização abastece os mercados na região.

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