Irrigação estimula desenvolvimento socioeconômico em Goiás

Sistema atende a todas as demandas do setor produtivo, gerando produtividade para GO

06.03.2017 | 20:59 (UTC -3)
Juliana Barros

“Goiás irriga hoje cerca de 170 mil hectares de área, mas precisamos ainda expandir o potencial que vem sendo subutilizado”, declarou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, durante a abertura do 'Seminário Empreendimentos Hidrelétricos no Cerrado', que ocorreu nesta segunda-feira (6), no auditório da Faeg. O evento é uma realização da Federação e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), em parceria com o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). Segundo José Mário, o Estado precisa repensar urgentemente sobre seu planejamento e futuro de crescimento para os próximos 35 anos. Ele também falou que o setor agropecuário é o único que continua apresentando crescimento, expressando a necessidade de garantir o crescimento de outros setores.

Para ele, é importante abordar temáticas como as trazidas para este encontro, sobre investimentos no setor hídrico. “Estes seminários são fundamentais para o desenvolvimento da economia, social e regional, já que atende todas as demandas do setor produtivo. É muito importante também falar sobre a instalação das Pequenas Centrais Elétricas (PCHs) em nosso Estado, empreendimentos de elevada importância para a geração de energia elétrica em Goiás”, destacou.

Segundo Schreiner, o evento é uma oportunidade para falar sobre a importância em investir cada vez mais em outras fontes de geração de energia limpa e renovável. “Com novas fontes de energias elétricas poderemos estimular o desenvolvimento socioeconômico em Goiás. Em consequência disso, estimularemos também o agro, turismo, lazer, esporte e a piscicultura. Teremos mais empregos e aumentaremos ainda mais a receita do nosso Estado”, expressou o presidente. Ele também sinalizou a necessidade de um plano de bacias para a harmonia entre a oferta e demanda de água, em quantidade e qualidade, para todos os pontos da bacia hidrográfica.

Setor agropecuário

Para comprovar a representatividade da agropecuária em todo País, a consultora técnica da Faeg, Jordana Gabriel Sara, apresentou dados sobre este setor. De acordo com ela, Goiás é o 4º maior produtor de grãos do País, com aproximadamente 10% da produção nacional. O Estado reponde também por mais de 15% dos bovinos abatidos no Brasil. Como destaque, a consultora informou que nos próximos 25 anos, 80% dos alimentos necessários à população humana serão providos pelos cultivos irrigados.

Segundo Jordana, o mundo produz 5,5 milhões de toneladas de alimentos, sendo que 20% desta área é irrigada. Isso corresponde a 50% da população mundial”, sinalizou. Outro ponto apresentado pela consultora, é que a irrigação em Goiás emprega aproximadamente 17 mil pessoas de forma permanente e 28 mil temporariamente, totalizando 45 mil empregos diretos.

Energia renovável

Para o secretário de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Cidades, Infraestrutura e Assuntos Metropolitanos (Secima), Vilmar Rocha, é importante a geração de energia renováveis para o Estado. “As PCHs são energias limpas e renováveis e o Brasil possui um dos maiores parques de energias renováveis do mundo” explicou. Para ele, a época das grandes usinas ficou para trás, devido, sobretudo, aos impactos ambientais que são grandes e também pelo valor oneroso. “Precisamos mitigar e compensar os impactos ambientais, por isso, é possível aumentar a oferta da produção de energia com a conservação do meio ambiente”, disse.

O presidente da Associação das Pequenas Centrais Hidrelétricas de Goiás (Apch-GO), Sevan Naves, em sua palestra 'Vantagens na Instalação de Empreendimentos Hidrelétricos em Goiás' destacou pontos importantes em aderir às PCHs. Como exemplo, ele citou o desenvolvimento da economia regional, com a geração de novos empregos e o aumento da receita municipal. Além disso, ele também falou sobre a redução das perdas e dependências das usinas hidrelétricas, melhorando a eficiência das linhas de transmissão, a redução de emissões dos gases que causam o efeito estufa e também o estímulo da pesquisa científica e o interesse escolar e a redução do preço da energia no município gerador.

A coordenadora do Centro de Apoio Operacional (CAO), Suelena Carneiro Jayme, acrescentou ainda que a discussão em torno dos impactos no meio físico e socioeconômico são vitais, sendo imprescindível a observância das leis de proteção ambiental para evitar que os eventuais prejuízos sejam públicos e os lucros, privados. Ainda de acordo com Suelena Carneiro, o debate para assegurar o direito ao meio ambiente equilibrado está sendo ampliado em todo o Brasil, por iniciativa dos MPs, devendo os efeitos negativos para a produção de energia ser cada vez mais debatidos e com ações para que os processos decisórios dos órgãos ambientais sejam democratizados.


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