Lindsay desenvolve solução que gera economia de energia nos pivôs

Sistema reduz custos no bombeamento de água de equipamentos que operam em áreas de desnível acentuado

11.07.2019 | 20:59 (UTC -3)
Kassiana Bonissoni

Um dos grandes gargalos da produção agrícola brasileira é o alto custo com energia elétrica principalmente para as fazendas que utilizam pivôs para fazer a irrigação. Como em muitos casos é inviável o cultivo sem irrigar, o produtor precisa arrumar horários alternativos para poder utilizar seus equipamentos de forma mais econômica. Para ajudar na solução deste problema comum em muitas propriedades, a Lindsay América do Sul desenvolveu uma solução que pode gerar economia de até 50% no custo de energia elétrica no bombeamento do pivô.

De acordo com o analista de engenharia da Lindsay, Flavio Luizari de Oliveira, engenheiro eletricista e especialista em telecomunicações, a empresa conseguiu desenvolver esse novo produto que se diferencia por ser robusto, viável, fácil e que atende uma demanda cada vez mais crescente dos irrigantes e clientes da Lindsay. “Sabemos o quanto a energia elétrica tem se tornado mais cara no Brasil, isso ainda se soma a rumores de que o benefício da tarifa noturna para irrigantes será extinta nos próximos anos”, diz.

A novidade da Lindsay permite economizar energia elétrica no bombeamento de pivôs novos e antigos e é indicada principalmente para equipamentos que estão em operação em áreas de desnível acentuado. Todo projeto tem seu bombeamento idealizado para o ponto mais alto onde o pivô pode estar no terreno. O sistema permite o uso de inversor de frequência para a variação da velocidade e consequentemente diminuição do consumo de energia quando o pivô está localizado numa posição mais baixa. “A economia de energia proporcionada é muito grande e vai depender de quanto desnível existe no campo”, destaca Oliveira.

Diferentemente de outros sistemas do mercado, a Lindsay não utiliza dispositivos sem fio para a comunicação entre pivô e bombeamento, mas sim o próprio cabo bipolar já presente em grande parte dos pivôs instalados no Brasil. Isso permite uma comunicação muito mais confiável e precisa de toda a pressão do pivô, no final das contas isso quer dizer que o equipamento do cliente trabalhará na pressão certa em todo o percurso. “O desafio foi desenvolver uma solução confiável que não fosse cara a ponto de inviabilizar o projeto”, diz o engenheiro.

Tecnologia acessível

De acordo com o analista de engenharia da Lindsay, com os resultados comprovados dessa solução, a empresa espera uma grande demanda por parte dos clientes. Isso porque estima-se que cerca de 30% dos pivôs que são vendidos pela companhia estão operando em área onde o terreno é ingrime. “Este é uma solução que independe da cultura e sim do tanto de declive que a propriedade tem e o que o torna viável é o quanto gera de economia de energia elétrica”, diz.

Na fazenda onde houve a primeira implantação deste sistema, que fica localizada no interior paulista, em uma região com grandes declives, onde a irrigação é realizada na cultura de trigo, além da economia de energia também foi identificado a redução de gastos com a manutenção dos equipamentos. Como era forte a pressão da água nas áreas mais baixas, era comum perder a mangueira do pivô, que por sua vez eram arrancadas dos bocais. Um problema que provavelmente não vai mais ocorrer.

A solução está disponível aos produtores de todo o Brasil. Basta entrar em contato com a empresa que os técnicos irão fazer um estudo personalizado da propriedade para demonstrar ao cliente o potencial de economia que se pode alcançar, se é viável ou não e qual o retorno que isso proporcionará. “Analisando o mapa da propriedade conseguimos identificar o quanto poderá economizar. A partir daí, realizamos a instalação dos inversores nesse sistema que faz toda a leitura de pressão nos pivôs que já possuem, sem precisar fazer grandes modificações. Este é o grande diferencial deste sistema. Conseguimos instalar em novos projetos e também conseguimos instalar em equipamentos que já estão no campo”, finaliza o engenheiro.

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