Manejo da ‘Sphenophorus levis’ em cana cresce quase 80% em 2019

Movimentação de inseticidas específicos para controle da praga foi de US$ 87 milhões e área tratada subiu 65%, segundo levantamento da consultoria Spark

13.04.2020 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

O levantamento BIP – Business Inteligence Panel, da Spark Consultoria Estratégica, em seu estudo relativo ao mercado de agroquímicos para cana-de-açúcar no ciclo 2019, apontou uma elevação de 79% na movimentação de inseticidas específicos ao controle da praga Sphenophorus levis. Conforme a Spark, esses produtos registraram vendas de US$ 87 milhões, ante US$ 48 milhões da safra anterior.

Coordenador de projetos e especialista em pesquisa de mercado da Spark, o executivo Alberto Oliveira salienta que a área tratada com inseticidas do gênero subiu 65%, para 1,781 milhão de hectares, um dado considerado altamente significativo pelo porta-voz da consultoria.

“Pragas de solo como a ´Sphenophorus’ estão entre os principais problemas hoje enfrentados pelo produtor. Ela é difícil de ser controlada e tem capacidade para reduzir expressivamente a produtividade e a longevidade dos canaviais”, frisa Oliveira. Conforme o executivo, a adesão ao enfrentamento da ‘Sphenophorus’ passou de 10%, em 2018, para 18% em 2019, com base na área total cultivada de 9,289 milhões de hectares.

"A praga afeta o canavial como um todo. Nas áreas de cana soca, o produtor elevou o índice de tratamento para 19% dos cultivos em 2019, ante 9% de 2018. Na cana planta, a mesma relação subiu de 14% para 20%”, detalha o executivo. Segundo ele, o Estado de São Paulo foi o mais atingido pela Shenophorus levis, tendo registrado mais de 40% das infestações.

“O avanço da colheita mecanizada contribuiu para o aumento desse problema. O controle cultural através do fogo era tido como de extrema importância na redução da população da ‘Sphenophorus’. Além disso, a palha serve de abrigo à praga e favorece sua proliferação”, finaliza Alberto Oliveira.

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Segundo o BIP Spark Cana-de-Açúcar, o mercado total de defensivos agrícolas para a cultura caiu 2%, em dólar, no ciclo 2019. De acordo com a Spark, o setor sucroenergético demandou US$ 1,441 bilhão em produtos, ante US$ 1,471 bilhão do ano de 2018. Na moeda local, contudo, o estudo indica crescimento de 15% na movimentação de agroquímicos na agricultura canavieira, para R$ 5,462 bilhões.

Conforme a Spark, a área tratada ficou praticamente estável em 2019, subindo apenas 1%, para 62,7 milhões de hectares. O sócio-diretor da consultoria, engenheiro agrônomo André Dias, destaca que a queda no desempenho de vendas em moeda americana se deveu, principalmente, ao impacto cambial negativo da ordem de 14% observado no período, com o dólar médio cotado a R$ 3,79. 

Segundo a consultoria, os herbicidas lideraram a relação dos agroquímicos mais utilizados pelos produtores de cana-de-açúcar, com 51% de participação e vendas de US$ 737 milhões. Os inseticidas, na segunda posição, movimentaram US$ 555 milhões, 38% do total.  Em terceiro lugar, conforme a Spark, os reguladores de crescimento registraram 6% da comercialização, chegando a US$ 86 milhões. Deste montante, informa a consultoria, 61% equivalem a maturadores (US$ 53 milhões), 36% a inibidores de florescimento (US$ 31 milhões) e 3% a fitoreguladores (US$ 2 milhões).

Já os fungicidas surgem na quarta posição, com vendas de US$ 48 milhões, 3% da movimentação total na cultura. Produtos adjuvantes e inoculantes fecharam o resultado do mercado com a participação de 2% (US$ 15 milhões).

O BIP Spark apurou ainda que o Estado de São Paulo permanece na dianteira da produção da cana-de-açúcar, com 53% do total de 9,289 milhões de hectares cultivados, correspondentes a 4,958 milhões de hectares.  A região Centro-Oeste (GO/MS/MT) representa 23% (2,125 milhões de hectares). Minas Gerais e Espirito Santos somam 9% (843 mil hectares). A região Nordeste (AL, BA, PB, PE) detém 8% da área (722 mil hectares), enquanto o Paraná ocupa 7% do total (641 mil hectares). 

 

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