MasterCitrus chega a sua 70ª defesa

O trabalho abordou a resistência da bactéria X. citri, causadora do cancro cítrico, ao cobre

03.09.2018 | 20:59 (UTC -3)
Fundecitrus

Aconteceu na manhã de hoje a 70ª defesa do mestrado profissional do Fundecitrus, o MasterCitrus, na sede da instituição. A bióloga Tamiris Garcia da Silva, funcionária do Fundecitrus, apresentou o trabalho intitulado “Identificação e comparação genotípica de isolados de Xanthomonas citri subsp. citri tolerantes ao cobre com isolados sensíveis e resistentes”. Tamiris foi aprovada e receberá ainda um prêmio do MasterCitrus pelo desempenho de destaque nas disciplinas do curso.

O trabalho

A incidência de cancro cítrico tem crescido em São Paulo, o que aumenta a necessidade de aplicações bactericidas a base de cobre e o risco do surgimento de bactérias X. citri resistentes ao defensivo, que é a principal medida de controle da doença em regiões endêmicas.  Durante o trabalho, pomares no Paraná foram monitorados e avaliados para identificar a possível presença de isolados resistentes. Eles não foram encontrados, mas foram identificados isolados tolerantes, que suportam quantidades intermediárias de cobre.

Os isolados tolerantes foram analisados geneticamente e comparados aos sensíveis e resistentes. Verificou-se que os isolados tolerantes não possuem os genes que conferem resistência ao cobre e são mais parecidos geneticamente com as bactérias sensíveis. “Os isolados tolerantes não são antecessores de isolados resistentes, ou seja, não se tornarão resistentes com o tempo por serem tolerantes e, por isso, não oferecem risco ao manejo do cancro cítrico”, explica Tamiris.

O orientador do projeto e pesquisador do Fundecitrus Franklin Behlau diz que, apesar dos resultados, é necessário manter a vigilância e o cuidado com o uso do cobre, uma vez que, com o aumento do uso do defensivo, haverá sempre o risco do surgimento de Xanthomonas citri resistente que poderão adquirir os genes de resistência de outras espécies de bactérias existentes no ambiente. “Qualquer sinal de que o cobre, quando usado da forma recomendada, não está sendo eficiente, pode ser comunicada ao Fundecitrus”, afirma. “A detecção precoce é fundamental para conter o problema”, completa. 

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