Mercado de agroquímicos da China demanda laboratórios brasileiros para estudos

Apostando no crescimento do setor, Mérieux NutriSciences oferece modelo especial para o país que já representa 50% do faturamento da companhia

24.07.2018 | 20:59 (UTC -3)
Gisele Assis

A China é a maior produtora de agroquímicos do mundo. De acordo com o Conselho Chinês para Promoção do Comércio Internacional (CCPIT), em 2017, a produção de defensivos agrícolas foi de mais de três mil toneladas e o faturamento anual do segmento chegou aos 308 bilhões de iuanes.

Os avanços do mercado chinês estão diretamente relacionados com o desenvolvimento de novos produtos e os constantes investimentos em novas tecnologias e na melhora do processo produtivo dos defensivos. “O setor é um dos que mais cresce no país, pois as empresas têm capacidade para investir na produção de ingredientes ativos, que estão com as patentes quase expirando, como piraclostrobina e protioconazol, assim como produtos mais antigos como Glifosato, 2,4-D e Atrazina, conta a Gerente de Agroquímicos de Xangai da Mérieux NutriScience, Kathy Zhu.

Devido ao protagonismo brasileiro na produção agrícola, que acarreta no consumo de insumos, a China passou a procurar o Brasil para realização de estudos e análises, principalmente dos ativos de agroquímicos genéricos, com o objetivo de registrar os produtos e ingressar no mercado do país. “A procura pelo Brasil deve-se a atratividade do nosso mercado, pois somos um dos maiores produtores agrícolas do mundo. Além disso, com o objetivo de registar produtos no país e considerando o alto nível de exigência técnica das autoridades reguladoras MAPA, ANVISA e IBAMA, muitos fabricantes chineses optam por realizar os estudos em laboratórios brasileiros, que possuem conhecimento sobre as exigências especificas dos órgãos, assim como proximidade e acesso para manter discussões técnicas quando necessário. Os estudos realizados aqui também são aceitos nos países membros da OCDE, o que facilita o registro e posteriormente a venda do defensivo em outros mercados”, explica o Gerente de Desenvolvimento e Suporte Técnico da Mérieux NutriScience, Roberto Sardinha.

Os estudos científicos exigidos compreendem uma vasta lista, avaliando a composição do produto técnico pelo estudo de cinco bateladas, o qual define a equivalência do produto à aquele já registrado no país, além de propriedades físico-químicas, efeitos tóxicos e eco-toxicológicos, avaliando assim, seu efeito para a saúde humana e o meio ambiente.

Para atender à crescente demanda chinesa, a Mérieux NutriScience desenvolveu um modelo de negócios especial para o país. Desde 2010, a companhia conta com um laboratório e uma equipe dedicada em Xangai.  Atualmente cerca de 50% da receita da empresa vem dos negócios realizados em território chinês. “Nos últimos anos, o market share da China em defensivos agrícolas vem crescendo de forma exponencial, por isso decidimos investir fortemente nesse mercado e os resultados obtidos até o momento são muito positivos”, afirma Sardinha.

O laboratório em Xangai também é credenciado na ISO 17025 para análise de controle de impurezas relevantes em atendimento à legislação brasileira (Instrução Normativa Conjunta nº 2 de 2008).  No local são realizadas análises da composição das amostras que serão enviadas para o Brasil. A equipe realiza pré-testes que verificam a quantidade de componentes, como os ingredientes ativos e suas impurezas, o que é fundamental para avaliação de registro do produto.

A Mérieux NutriScience oferece ao mercado chinês todos os estudos necessários para o registro de produtos técnicos, que são as matérias primas com altas concentrações dos ingredientes ativos e dos formulados. Entre os testes mais procurados pela China, está o estudo de Cinco Bateladas, que analisa a composição química do produto, avaliando a quantidade de ingredientes ativos e as impurezas presentes.

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