Microquimica comprova ganhos superiores a 10% com co-inoculação e uso de protetor biológico

Ministério da Agricultura autorizou empresa a oferecer ao mercado duas novas tecnologias que potencializam a nutrição vegetal da cultura da soja

21.08.2017 | 20:59 (UTC -3)
Luís Martinez

Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, com uma área plantada de quase 34 milhões de hectares e produção de 113,9 milhões de toneladas, na safra 2016/17, atrás apenas dos Estados Unidos, de acordo com dados divulgados pelo Conab em julho deste ano. Ela é uma cultura altamente exigente em nitrogênio e esta tem sido uma deficiência bastante comum nas lavouras de soja no Brasil.

A Microquimica, empresa brasileira que atua na produção e comercialização de fertilizantes, realizou um estudo na cultura da soja, tendo como base seu banco de dados de análises químicas de folhas. A empresa conta com cerca de 6 mil resultados (do sistema CheckFolha) e pode concluir que 45% destes apresentavam deficiência de nitrogênio, nutriente requerido em maiores quantidades pela cultura. Também observou que quase a totalidade das áreas havia recebido inoculação das sementes, o que demonstra que existem problemas na fixação biológica de nitrogênio (FBN). Esse grave cenário levou a empresa a investir em biotecnologia e obter autorização junto ao MAPA para ofertar estas soluções aos produtores rurais.

Os produtos AzzoFix (Azospirillum), Atmo (Bradyrhizobium) e SynFlex (protetor biológico) estão à disposição dos produtores e com autorização para comercialização na cultura da soja, proporcionando ganhos superiores a 10% em produtividade, além de permitirem o pré-tratamento das sementes, de 10 a 30 dias antes da semeadura.

De acordo com Roberto Berwanger Batista, diretor técnico da Microquimica, a combinação das duas tecnologias (co-inoculação e uso de aditivo protetor) proporciona eficiência na FBN, proteção biológica dos micro-organismos e permitem pré-tratamento das sementes. “Esta combinação permite o ganho operacional e o aumento de produtividade da lavoura, com um acréscimo mínimo de 1% no custo por hectare para o produtor e alcançando os ganhos superiores a 10% por ha”.

O diretor também alerta para a importância de se utilizar produtos com a chancela do MAPA. De acordo com Batista, não basta apenas o produto conter as bactérias, mas precisa também que a formulação final garanta o bom funcionamento do mesmo e os resultados seguros na lavoura. A Microquimica é uma das poucas empresas do segmento a possuir essas autorizações.

A co-inoculação é uma técnica que consiste na inoculação de dois microrganismos diferentes de forma simultânea na cultura, seja no tratamento de sementes ou no sulco de semeadura. No caso do AzzoFix e do Atmo, cada uma das bactérias tem funções e atuações diferentes na planta, propiciando um fornecimento adequado de nitrogênio por meio do acréscimo da FBN e o maior desenvolvimento radicular, devido aos fito-hormônios produzidos pelo Azospirillum contido no AzzoFix. Já o uso o aditivo SynFlex, proporciona maior sobrevivência e efetividade das bactérias inoculadas, além de ganhos operacionais, devido a possibilidade de realizar o tratamento de sementes antecipadamente ao momento de semeadura.

Outro ponto positivo é a possibilidade que o pacote apresenta, de se realizar o tratamento industrial das sementes (TSI), incluindo os inoculantes e o protetor, visto que os agricultores desejam reduzir a manipulação das sementes e dos agroquímicos na propriedade, concentrando seu trabalho na operação de semeadura apenas. Isso se dá porque o tratamento das sementes é bastante complexo e demorado. “No TSI, há a utilização de equipamentos com alta eficiência, garantindo um recobrimento perfeitamente uniforme das sementes. Com isso, o resultado os produtos utilizados também é melhorada a campo”, finaliza o diretor.

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