Monitoramento de áreas externas contribui para controle do greening em pomares de citricultor de Tambaú, SP

Em outubro, uma ação conjunta com o Fundecitrus e o governo municipal conscientizou a população e erradicou 30% das árvores cítricas de quintais e chácaras das redondezas

22.12.2017 | 21:59 (UTC -3)
Fundecitrus

No início de cada ano, o produtor Frederico Fonseca Lopes redesenha as principais estratégias de combate ao greening (huanglongbing/HLB) que serão adotadas em suas propriedades em Tambaú (SP), com 100 mil pés de laranjas Rubi, Pera e Valência. Citricultor desde 2002, Lopes identificou o primeiro caso da doença em seus pomares em 2004. Desde então, permanece atento ao conhecimento produzido sobre o assunto para manter a incidência de greening controlada e bem abaixo do índice de sua região, 25,43% – o terceiro mais alto do parque citrícola de São Paulo e Minas Gerais. “O objetivo é aperfeiçoar o controle, adotando novas tecnologias e técnicas de manejo”, diz.

Dentre as práticas estabelecidas para 2017, Lopes mais que dobrou o número de armadilhas amarelas instaladas para a captura de psilídeos, incluindo-as também no interior dos talhões; expandiu a área de borda pulverizada semanalmente; e aumentou a frequência do controle químico. No entanto, reconhecendo a influência externa e a necessidade de monitorar as áreas próximas, ele iniciou, ainda em 2014, diversas atividades na vizinhança que se tornaram parte fundamental do trabalho contra o greening. Tudo é documentado e analisado para os próximos planejamentos. Hoje, em um raio de dois quilômetros, inspeções em busca de brotos de plantas de citros ocorrem quinzenalmente em terrenos desocupados; armadilhas foram instaladas e pulverizações semanais são realizadas em pomares vizinhos com manejo pouco rigoroso; soltura de Tamarixia radiata, inimigas naturais do psilídeos, também é feita nestes locais. “Temos uma ‘parceria’ com nove vizinhos”, conta.

Em outubro, uma ação conjunta com o Fundecitrus e o governo municipal conscientizou a população e erradicou 30% das árvores cítricas de quintais e chácaras das redondezas. Em troca, os moradores receberam gratuitamente outras frutíferas. Um novo ano se aproxima, e os planos futuros para a manutenção da sanidade dos pomares começam a ser idealizadas por Lopes. Um ponto já é conhecido: a ampliação do trabalho feito além das cercas. Para o citricultor, a combinação das medidas disponíveis leva ao efetivo controle do greening, e a ciência guia esse caminho. “O sucesso está na integração de todas as frentes de manejo, da pulverização e erradicação ao monitoramento. Investigação, inteligência e informação passam a auxiliar muito na eficácia das ações”, afirma Lopes. 

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