​Monitoramento de mariposas na região dos Chapadões

O levantamento das populações de mariposas nesse começo de safra tem apresentado populações estáveis, e inferiores a safra anterior

25.10.2016 | 21:59 (UTC -3)
André B. Piesanti

O levantamento das populações de mariposas nesse começo de safra tem apresentado populações estáveis, e inferiores a safra anterior, no entanto existem alguns pontos (talhões) com problemas específicos. Com o aumento das áreas plantadas, a tendência é o aumento da população de insetos, em função da disponibilidade de alimento.

O monitoramento de mariposas tem um papel importante no manejo integrado de pragas, pois certas espécies podem colocar centenas de ovos, favorecendo assim a infestações nas lavouras e causando prejuízos e desequilíbrio biológico. O monitoramento apresenta as tendências, para a ocorrência de pragas, que podeM se concretizar dependendo do clima, inimigos naturais e outros fatores.

Entre as pragas, destaca-se Spodoptera frugiperda, encontrada frequentemente nas plantas de milho “tigueras”. Esta praga, apesar de diversas tecnologias presentes para o seu controle, pode levar a prejuízos como desfolha e a diminuição do estande de plantas. A doença vem se sobressaindo ano a ano na região, e dentre os monitoramentos realizados nas últimas 6 safras, nesta safra apresenta-se novamente como a de maior expressão, sendo capturado até 3 mariposas na média por noite (gráfico abaixo)

Uma das táticas dentro do Manejo Integrado de Pragas está na eliminação do alimento da praga, e as tigueras de milho são hospedeiras (de Spodoptera frugiperda e complexo) - vale ressaltar também a cigarrinha (Dalbulus maidis), que leva aos enfezamentos na cultura do milho. O produtor que tiver milho no verão precisa realizar um bom controle, ou mesmo o produtor de soja que irá semear o milho safrinha, priorizar o controle do milho tiguera, pois está praga poderá levar o problema para a próxima safrinha, fazendo as chamadas Pontes Verdes.

Outra praga observada em grande quantidade nas últimas safras são as vaquinhas (Diabrotica spp e Lagria villosa), que levam a desfolha inicial da cultura da soja. Existem diversos inseticidas no mercado, entre eles nos protocolos da Fundação Chapadão se destacaram o Acefato e as misturas prontas de Piretródes + Neonicotinóides. Como é uma praga que apresenta vários hospedeiros alternativos e se encontra diversas tigueras de milho nas lavouras, os fluxos de saída da praga, ocorrem nas diversas fases da cultura, devendo o produtor se atentar a esta questão e se necessário reaplicar a área.

As outras lagartas ainda se encontram em menor quantidade, no entanto áreas semeadas sobre resteva de algodoeiro, pode-se encontrar mais as lagartas de Helicoverpa armigera, devendo o técnico estar atento ao monitoramento recomendado nos últimos anos. Neste ano o número de Helicoverpa coletadas nas armadilhas é superior ao ano anterior (Gráfico), ocorrendo em alguns talhões a sua necessidade de manejo.

Outras pragas foram observadas nas lavouras implantadas, entre elas tripes, mosca-branca e percevejos, com ocorrência nas lavouras de soja já implantadas. Para maiores detalhes os pesquisadores e técnicos da Fundação Chapadão estão à disposição para o manejo das referidas pragas. O telefone para contato é (67) 3562-2032.

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