Movimento Colmeia Viva busca parcerias com setor sucroenergético

Iniciativa atua em diversas frentes com objetivo de estreitar relação entre agricultura e apicultura, para proteger abelhas no entorno de lavouras

06.04.2020 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

Depois de firmar uma parceria com a Tereos Energia Brasil para estimular a proteção de abelhas nas regiões de Olímpia e São José do Rio Preto, no noroeste paulista, o Movimento Colmeia Viva quer estreitar ainda mais sua relação com empresas e entidades do setor sucroenergético. Criado há cinco anos, o Colmeia Viva promove o diálogo entre agricultores e apicultores e persegue a construção de uma relação sustentável entre a agricultura e apicultura.

“Colmeia Viva resulta de investimentos da indústria de defensivos agrícolas, que reconhece seu papel na melhora da relação entre agricultura e apicultura. À medida que as aplicações desses produtos ocorrem de maneira correta, com apicultores previamente avisados, evitam-se acidentes”, explica Daniel Espanholeto, especialista em uso correto e seguro do movimento. “O modelo de ação do Colmeia Viva foca no compartilhamento de conhecimentos e no entrelaçamento entre agricultores e apicultores. O entendimento entre essas partes é a chave para proteger abelhas ante aplicações de defensivos agrícolas.”

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Conforme o porta-voz do Colmeia Viva, o setor sucroenergético é considerado estratégico para que o movimento avance e vá além das metas traçadas para este ano. Uma delas, observa Espanholeto, consiste no aumento das empresas do agronegócio já conectadas com apicultores, além da integração de profissionais especializados na aplicação de defensivos a essa relação: engenheiros agrônomos, especialistas em agricultura, apicultura, meio ambiente e aviação agrícola, por exemplo.

Espanholeto lembra ainda que há no País cerca de 380 unidades produtoras de cana-de-açúcar, responsáveis pela moagem da ordem de 650 milhões de toneladas anuais de matéria-prima. Para ele, essa relevância econômica, além da abrangência geográfica, possibilita estender o propósito do Colmeia Viva a um número significativo de apicultores posicionados no entorno de lavouras e usinas. “Desde a implantação do Colmeia Viva, houve redução nas ocorrências de mortalidade de abelhas, relatadas ao movimento, com origem na fronteira da cana-de-açúcar”, finaliza Daniel Espanholeto.

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Segundo a analista em uso correto e seguro do Colmeia Viva, Rhaissa Michievichy, nos últimos anos a indústria do setor investiu fortemente no desenvolvimento de ferramentas para promover a convivência proativa entre apicultores e produtores rurais. Um desses recursos, o Colmeia Viva APP, assinala ela, vem sendo utilizado com sucesso na interligação das usinas e os apicultores.

“Pelo aplicativo, o produtor avisa quando haverá aplicações de agroquímicos e o apicultor, já com sua colmeia cadastrada, poderá adotar as providências para preservar seu apiário. Feita essa conexão, evitam-se acidentes”, diz Rhaissa. “Ações coordenadas são mais bem-sucedidas e os benefícios econômicos, comprovadamente, compartilhados.”

Além do APP, observa a agrônoma, o Colmeia Viva, em parceria com as empresas do setor sucroenergético, promove treinamentos sobre boas práticas para agricultores e apicultores. Ainda conforme Rhaissa, o movimento oferece ampla estrutura de Assistência Técnica a agricultores e apicultores, com cobertura nacional, acionada pelo telefone 0800 771 8000.

Outros materiais de suporte ao alcance de empresas do setor sucroenergético e de apicultores, no site do Movimento Colmeia Viva, são o Manual de Boas Práticas e a plataforma de ensino a distância (EAD), esta última em fase de desenvolvimento com ênfase em manejo agrícola e na formalização de pastos apícolas.

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