Multinacional lança linha de produtos para orgânicos

DVA Agro traz para o Brasil portfólio e tecnologia para o nicho de mercado que cresceu mais de 160% durante a pandemia

15.03.2021 | 20:59 (UTC -3)
Kassiana Bonissoni

Um dos nichos de mercado brasileiro que mais cresceu durante a pandemia foi o dos alimentos orgânicos, aqueles cultivados sem o uso de insumos químicos. Segundo dados da Synapcom, empresa especialista em soluções full commerce, que analisou as vendas online do segmento, no primeiro semestre de 2020, houve alta de 160%. Este cenário segue a tendência europeia e americana, que também crescem a cada ano. Segundo Andres de la Cruz Perez, líder global de nutrição de plantas da DVA Agro, esse crescimento é exponencial em todos os países do mundo, principalmente naqueles que têm uma produção agrícola voltada à exportação.

De olho nesse mercado, a DVA Agro traz para o produtor brasileiro uma linha de mais de 35 produtos voltados ao mercado de orgânicos, a Incentia como foi batizada. “Nós não podemos estar alheios a essa tendência e a essa necessidade de dar uma resposta aos agricultores que estão nessa forma de produzir”, destaca o líder da empresa.

No caso do Brasil, esse ainda é um nicho de mercado, principalmente nos grandes centros, e em geral quem consome é uma parte pequena da população. “Se falarmos de anos atrás, esse nicho era minúsculo. Mas, está crescendo fortemente e seguindo os demais consumidores mundiais, pois tem chegado cada vez mais informação sobre esses hábitos. A internet é um meio de informação muito grande, e contribui muito para essa disseminação”, conta Andres.

Foco da nova linha

Um dos principais focos da DVA Agro com a nova linha hoje é a região produtora de Petrolina/PE e Mossoró/RN, além das zonas exportadoras de mamão no Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo, que hoje, de acordo com Andres, já atuam fortemente com os alimentos orgânicos. Principalmente para exportação aos mercados externos, que são extremamente exigentes.

“Para esse produtor fechar um contêiner de manga, uva, mamão ou outro cultivo, ele tem que cumprir as regras do destino, não as regras do Brasil. Isso muda completamente a história, porque lá existem protocolos que têm que ser cumpridos. Além do produto ter que ser desenvolvido com selo ecológico aceito naquele determinado país que receberá a carga, usando insumos também registrados e com selo ecológico”, explica o profissional.

Características únicas

A linha Incentia foi pensada e desenvolvida para o uso em plantações orgânicas de alto rendimento e também em cultivos convencionais. Outra característica muito importante deste portfólio, é a solubilidade em água dos produtos. “A grande maioria dos produtos que existem hoje no mercado com selo orgânico não possuem tecnologia embutida, quer dizer, são para aplicação no solo na sua grande maioria. Não temos nenhum produto insolúvel e 100% do nosso catálogo está pensado para aplicação foliar e fertirrigação”, diferencia Andres.

Outro ponto de destaque é a concentração de nutrientes. Normalmente as fontes principais de produtos são os estercos e os vegetais. Porém, conforme explica o especialista, dessa forma os níveis de nitrogênio, fósforo e potássio, cálcio, magnésio e microelementos são muito baixos nestas fontes tradicionais de adubos orgânicos. “Na linha que criamos, tanto os macronutrientes como micronutrientes e bioestimulantes, possuem concentrações maiores que a média do mercado, para que os cultivos orgânicos possam obter bons rendimentos e produtividade”, aponta.

A fisiologia das plantas é outro ponto chave, já que os produtos da linha propiciam também “ferramentas” para que uma planta esteja mais sã, e assim ser mais resistente ao ataque de pragas e doenças. “Esse é um conceito holístico dentro de um manejo na produção agrícola”, onde desenhamos produtos que cumpram várias funções ao mesmo tempo, não só apenas de nutrir os cultivos, mais também de bioestimular, desestressar, induzir resistência interna, proteger, etc”, afirma o líder da multinacional.

Selo de garantia

Para garantir que toda a linha Incentia possa ser utilizada para a produção orgânica no Brasil, a DVA Agro submeteu os produtos a análise e certificação da EcoCert, maior certificadora do ramo no mundo. “No nosso caso, nós solicitamos a intervenção de um organismo externo, que nos audite e realize as inspeções sobre a nossa produção, inclusive auditam os nossos fornecedores de matéria prima, para que tudo cumpra com as normativas. Possuímos o selo EcoCert, que nos certifica todas as matérias primas utilizadas, fornecedores, linha de fabricação e embalagem”, relata o líder da empresa.

Investimento no segmento

A meta da DVA global, para os próximos anos é que do montante de vendas mundial, o setor de nutrição de plantas chegue em 40%. Do portfólio total de nutrição da empresa, quase a metade já é de orgânico, representando hoje cerca de 20% do faturamento total da companhia na parte de nutrição de plantas. Para aumentar esse número, a multinacional espera a aprovação da União Europeia para a implantação de duas novas plantas de produção de bioestimulantes, biofertilizantes e agentes de controle na Espanha no valor de 1,6 milhões de euros.

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