Nota técnica apresenta contexto de aplicação da Inteligência Territorial Estratégica

Autores entendem como equívoco observar apenas o agronegócio, da porteira para dentro

08.06.2021 | 20:59 (UTC -3)
Embrapa

Os contextos que demandam a aplicação da Inteligência Territorial Estratégica e exemplos de usos dessa abordagem, na Embrapa e fora dela, estão em Nota Técnica produzida pela Embrapa Territorial e publicada, no final de maio, pela Rede de Observatórios Agropensa. O documento tem como autores a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento, Lucíola Magalhães, os analistas Marcelo Fonseca e Daniela Maciel, e o chefe-geral, Evaristo de Miranda. 

A nota técnica chama a atenção para a complexidade do território brasileiro, em que 55,6% das terras são ocupadas por imóveis rurais, com diferenças de tamanho, renda, tipo de produção, acesso a tecnologias, relação de propriedade, disponibilidade de recursos hídricos, logística etc. “É nesse contexto que a Inteligência Territorial Estratégica (ITE) se insere, ao apresentar o território como elemento central de seus estudos e considerar cinco dimensões essenciais para a melhor compreensão dos desafios e oportunidades: os quadros natural, agrário, agrícola, de infraestrutura e socioeconômico”, pontua o documento. 

Os autores entendem como equívoco observar apenas o agronegócio, da porteira para dentro. “O território do agronegócio é um sistema integrado de grandes e pequenos produtores, ricos e pobres (com demandas por inclusão produtiva, acesso a tecnologias, titulação e regularização fundiária), áreas de produção e preservação, produtos de consumo nacional e exportação, e com toda a macro e micrologística associadas”, observam.

Exemplos

De acordo com a Nota Técnica, “As políticas para planejamento e gestão territorial remontam ao início do século XX, impulsionadas pela limitação das abordagens setoriais utilizadas até então”. O planejamento baseado em bacias hidrográficas ganhou força nesse período. O Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais (PRONAT), de 2003,  Programa Territórios Produtivos (PTP), implantado pelo governo de Pernambuco, em 2012, e Programa Municipal de Incentivo ao Fruticultor (Promif), criado pela Prefeitura Municipal de Louveira, SP, são exemplos de ações governamentais fundamentadas em Inteligência Territorial Estratégica citados.

No âmbito da Embrapa, a proposta de delimitação do Matopiba e atuação da Empresa na região, a definição de regiões prioritárias para ações do programa AgroNordeste e o Sistema de Inteligência Territorial Estratégica da Macrologística Agropecuária Brasileira (SITE-MLog) são exemplos. Para o futuro, uma demanda ainda maior é prevista para quem atua na área. “A Embrapa, no seu VII PDE (Plano Diretor), traz diversas oportunidades do uso da ITE no alcance de seus objetivos e metas estratégicas, com destaque para o desenvolvimento regional sustentável e a inclusão produtiva, a segurança e defesa zoofitossanitária e a sustentabilidade e produtividade.

A Nota Técnica “Inteligência estratégica e a relevância do território como elemento de planejamento” pode ser acessada aqui.

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