Nova ministra da Agricultura, Tereza Cristina defende mudança em licenciamento ambiental

A atual presidente da Frente da Agropecuária também falou sobre o projeto sobre defensivos, em tramitação na Câmara

12.11.2018 | 21:59 (UTC -3)
Agência Câmara Notícias

A futura ministra da Agricultura, deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS), ainda vai definir os principais eixos da política agrícola com o presidente Jair Bolsonaro. Ela comentou, porém, que as mudanças no licenciamento ambiental (PL 3729/04) e nas normas sobre agroquímicos (PL 6299/02) são pontos a serem trabalhados.

Primeira mulher a comandar uma pasta no governo Bolsonaro, Cristina foi confirmada nesta quarta-feira (7). Ela se reunirá na próxima terça-feira (13) com o presidente eleito para definir “as linhas e a cara” que o governo quer dar para a pasta.

Licenciamento
Cristina disse que conversará com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, para tentar aprovar ainda este ano a flexibilização no licenciamento ambiental, uma das pautas prioritárias da Frente Parlamentar Mista da Agropecuária. “Haverá uma conversa com o presidente para ver as pautas que o setor ainda pode votar este ano e, dentre essas, o licenciamento talvez seja a mais importante.”

Com relação à reforma agrária, Tereza Cristina defendeu uma melhoria na infraestrutura e produtividade das áreas já desapropriadas antes de novo processo de redistribuição fundiária. “Temos muitas áreas que precisam concretizar os projetos para serem produtivas, para as pessoas terem dignidade e renda e aí ver os bolsões onde precisa continuar a reforma”, disse. Segundo ela, novo avanço na reforma precisa ser discutido com a equipe econômica do futuro governo pelo custo econômico com a desapropriação.


Terras indígenas
A demarcação de terras indígenas deve ser feita com “justiça, mas não através de injustiças” na opinião de Tereza Cristina. Ela reconheceu haver muitos índios com necessidade de ampliar suas terras para terem mais dignidade de vida, mas criticou a judicialização do processo. “Temos de arranjar um meio de não se judicializar. De se fazer justiça e que os dois possam sobreviver. Nós temos muita terra no Brasil. Precisamos de mais diálogo, menos ideologia e mais resultado”, afirmou.

Sem comentar sobre a possibilidade de mudança sobre a fusão entre as pastas da Agricultura e do Meio Ambiente, Tereza Cristina defendeu o fim da “indústria da multa” e do “viés ideológico” do ministério ambiental. Ela também afirmou que o ministério precisa trabalhar o comércio exterior e analisar os convênios e acordos bilaterais. “Temos de ver o posicionamento do problema do mercado de carnes. É um mercado importantíssimo para nosso País.”

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