Novas cultivares são indicadas em Reunião de Pesquisa de Trigo

TBIO Ponteiro é um trigo de ciclo mais longo indicado para abrir a semeadura, sem atrasar o plantio da soja. TBIO Duque é voltado para produção de farinha branqueadora para a panificação

03.07.2018 | 20:59 (UTC -3)
Daniela Wietholter Lopes

Duas cultivares de trigo da Biotrigo Genética serão indicadas durante a 12° Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (RCBPTT), que ocorre até a próxima quinta-feira (05/07) em Passo Fundo, Rio Grande do Sul. A cidade é considerada a capital nacional do melhoramento genético de trigo. Além de avaliar e validar aos resultados das mais recentes tecnologias criadas pelos setores de pesquisa de trigo do Brasil, o evento discute as perspectivas sociais e econômicas da cultura do trigo. Nesta edição, participam cerca de 260 pesquisadores, produtores rurais, empresas de melhoramento genético e representantes da indústria e empresas de agroquímicos.

Do total de quatro cultivares de trigo indicadas pelas instituições e empresas de pesquisa neste ano, duas são da Biotrigo. TBIO Ponteiro é uma grande aposta para ampliar a produtividade dos trigos para panificação. A cultivar, lançada para multiplicação em 2019, tem como grande diferencial o ciclo mais longo. Segundo o melhorista da Biotrigo, Francisco Gnocato, a cultivar é oriunda do cruzamento entre Fuste – cultivar na Argentina (irmã de TBIO Sinuelo), e o TBIO Mestre. “A nova cultivar está sendo indicada para abrir a semeadura. Possui excelente vigor e características agronômicas de elevado rendimento, atendendo a qualidade de panificação da indústria. O ciclo mais longo possibilita ampliar a janela de plantio com menor risco de dano por geada e sem prejudicar a programação de semeadura da soja”, explica. Outra importância característica é o excelente pacote fitossanitário para doenças de folha e espiga.

A segunda cultivar indicada na Reunião e que será incluída no Zoneamento do Trigo na safra de 2019, é o TBIO Duque. Ela é voltada para um nicho de mercado que busca uma farinha branqueadora e com um bom desempenho na panificação. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), 56% da demanda de trigo no país visa atender a esse mercado de panificação. “Além da qualidade industrial, a cultivar se destaca pelo excelente desempenho agronômico, que associado com um completo pacote fitossanitário, amplia sua área de adaptação para as diversas zonas tritícolas, do Rio Grande do Sul até o Cerrado”, explica o pesquisador. TBIO Duque tem hábito vegetativo intermediário, porte baixo a médio e ciclo precoce. Apresenta ótima resistência ao crestamento (R) e boa resistência (MR) à germinação na espiga, também se destaca pela moderada resistência (MR) ao acamamento.

Ambas as cultivares, TBIO Ponteiro e TBIO Duque, entram no mercado para multiplicação em 2019 e para comercialização para os produtores de trigo em 2020.

Extensões de uso

Além dos lançamentos, foram oficializadas as extensões de uso das cultivares TBIO Sonic, TBIO Energia I, TBIO Energia II e Inova, ampliando as oportunidades de cultivo de materiais já consolidados no mercado para novas regiões, além de assegurar o acesso à seguro agrícola, através da inclusão no Zoneamento do Trigo já na safra de 2019.

TBIO Sonic – regiões de Adaptação 1 e 2 do Rio Grande do Sul, 1 e 2 de Santa Catarina, 1 do Paraná, 2 e 3 de São Paulo, 3 do Mato Grosso do Sul, 4 de Minas Gerais (Irrigado) e 4 de Goiás (Sequeiro e Irrigado).

TBIO Energia I - regiões de Adaptação 3 do Paraná, 2 de São Paulo, 4 de Minas Gerais (Sequeiro e Irrigado) e 4 de Goiás (Sequeiro e Irrigado).

TBIO Energia II - regiões de Adaptação 1 e 2 de Santa Catarina, 3 do Mato Grosso do Sul, 2 e 3 de São Paulo, 4 de Minas Gerais (Sequeiro e Irrigado) e 4 de Goiás (Sequeiro e Irrigado).

Inova - região de Adaptação 1 do Paraná

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