Parceria público privada garante recursos para combate ao bicudo do algodoeiro

Um acordo de cooperação técnica para o desenvolvimento de algodão transgênico resistente ao bicudo do algodoeiro, principal praga da cotonicultura brasileira, foi assinado na sede da Embrapa, em Brasília.

11.09.2017 | 20:59 (UTC -3)
Assessoria de Comunicação da Ampa

A pesquisa envolve duas unidades da Embrapa (Algodão e Recursos Genéticos e Biotecnologia) e o Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), e contará com financiamento das associações estaduais dos produtores de algodão, representadas pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), por meio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).

Em uma primeira fase do projeto, serão investidos R$ 17,7 milhões durante cinco anos. Segundo Alvaro Salles, diretor executivo do IMAmt, o acordo representa uma nova forma de parceria público-privada em que os cotonicultores – por meio de suas associações – estarão entrando com os recursos para a pesquisa e também com trabalho efetivo por meio do Instituto Mato-grossense do Algodão.

"Acredito que a atuação do IMAmt como parte executora das pesquisas dará uma dinâmica muito interessante a esse projeto", comentou Salles. Segundo ele, há mais de 10 anos os produtores de algodão de Mato Grosso vêm contribuindo com recursos para a pesquisa de novas tecnologias de combate ao bicudo.

O diretor executivo diz que o IMAmt já atua, com a participação de três doutores do Instituto, em outro projeto em parceria com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (instalada em Brasília), visando o desenvolvimento de ferramentas de controle biológico e a prospecção de novas moléculas, que agora serão colocadas à disposição do projeto de desenvolvimento de variedades de algodão transgênico resistente ao bicudo do algodoeiro.

A expectativa do diretor executivo do IMAmt é de que o projeto de desenvolvimento de algodão transgênico resistente ao bicudo do algodoeiro tenha "indicadores positivos de resultados" em cinco anos. O prazo para que variedades de algodão transgênico resistente ao bicudo estejam disponíveis para produtores é mais extenso: de oito a 12 anos.

O projeto de desenvolvimento de algodão transgênico resistente ao bicudo do algodoeiro consiste em sua primeira fase na modificação de plantas do algodoeiro, com a introdução de genes da bactéria Bacillus thuringiensis, que produz toxinas letais para alguns insetos. O IMAmt participará com pesquisadores de seu quadro técnico e também disponibilizará a estrutura do Laboratório de Biotecnologias, instalado no Centro de Treinamento e Difusão Tecnológica do Núcleo Regional Sul, em Rondonópolis. 

Alvaro Salles acredita que o acordo firmado nesta quarta-feira permitirá que se busquem outras biotecnologias para o combate ao bicudo, inclusive em parceria com entidades de pesquisa internacionais.

A cerimônia de assinatura contou com as presenças do chefe de gabinete do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Coaraci Castilho, representando o ministro Blairo Maggi, dos presidentes da Embrapa, Maurício Lopes, e da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, do presidente executivo do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), Haroldo Cunha, do diretor executivo do IMAmt, Alvaro Salles, do diretor presidente da Fundação Eliseu Alves, Alexandre Barcellos, da diretora executiva da Embrapa, Lúcia Gatto, do chefe-geral da Embrapa Algodão, Sebastião Nascimento, e do diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, dentre diversos membros da comunidade científica.

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