Perdas na safra vão manter os preços do milho em alta

Afirmação é do presidente da Abramilho, Alysson Paolinelli

04.08.2016 | 20:59 (UTC -3)
Nelson Moreira

Os preços praticados no mercado para a aquisição do milho não deverão baixar dos R$ 45,00 a R$ 50,00 e uma das razões para isto é a estimativa de quebra de produção da safrinha, em torno de 6 a 7 milhões de toneladas, somada a grande demanda pelo cereal, tanto no mercado interno quanto externo. “As agroindústrias brasileiras não diminuíram sua produção porque precisam atender aos seus contratos, a produção de leite se mantém e até aumenta, e o mercado externo é demandante para o nosso milho”, afirma o presidente da Abramilho, Associação Brasileira dos Produtores de Milho, Alysson Paolinelli, acrescentando que felizmente, neste momento, a balança está bastante favorável para o lado do produtor.

Segundo Paolinelli os sinais que os analistas de mercado estão emitindo, sobre perdas na lavoura, aumento de preço e tendências para a safra 2016/17 são bem realistas e podem acontecer. “Goiás, por exemplo, está com 65% da área colhida até o momento, e enfrentando sérias perdas por conta dos problemas climáticos. Isto vai levar a uma produção de apenas 65 sacas/ha diferente dos anos anteriores quando foram produzidas 100 sacas/ha”, assinala o dirigente da entidade.

Para o presidente da Abramilho, o Brasil tem tudo para assumir a posição de maior país produtor de milho, precisa que o Governo Federal tenha vontade e crie políticas públicas radicais, nas áreas de financiamento da produção, pesquisa e infraestrutura de escoamento. “Países que quiseram se tornar importantes players no milho, investiram nestes setores e cresceram, nós que temos ainda muita terra para plantar, estamos marcando passo”, critica ele e complementa “ou o Brasil assume uma postura de líder, ou avisa ao mercado que não tem competência e dá o lado para os que têm, e se isto acontecer, será muito triste”, avalia.

Equilíbrio nas contas – Para Paolinelli o cenário atual de perdas na lavoura e preços em níveis satisfatórios, vai permitir aos produtores, aqueles que não perderam lavoura, a amenizarem as contas dos passivos que vêm acumulando por vários anos. “Mesmo com um ano ruim na qualidade do grão, será um ano de preços que vão ajudar ao produtor e isto é bastante positivo”, ressalta. Conforme ele, as previsões de uma safra maior para o próximo ciclo podem acontecer se o clima e o governo ajudarem. “Estão falando por aí em 90 milhões de toneladas. Se isto acontecer vai ser ótimo porque poderemos manter nossa posição de exportador, duramente conquistada e ainda, suprir o mercado interno, finaliza.

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