Pesquisa da Corteva resulta em ações para mulheres do agro

Foram ouvidas 4 mil produtoras rurais de 17 países; dados resultaram em websérie e capacitação de agricultoras

10.10.2019 | 20:59 (UTC -3)
Cultivar

A 4ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), que ocorreu entre os dias 8 e 9 de outubro, em São Paulo, promoveu o debate sobre a atuação das mulheres no setor. Com o tema “Agir – Ação Global: Integração de redes”, aproximadamente duas mil mulheres participaram das discussões sobre os desafios das cadeias produtivas mais importantes do país, como algodão, café, carnes, grãos, sucroenergética, florestas, leite e hortifruticultura.

Entre as discussões, a representatividade de gênero também foi pauta. A Corteva Agriscience, que é uma das patrocinadoras do evento, realizou uma Round Table (mesa redonda) com a diretora de Comunicação para América Latina, Vivian Bialski, que levou dados de uma pesquisa realizada pela companhia em 2018, com 4 mil produtoras rurais de 17 países, que incluem Indonésia, China, Índia, Estados Unidos, Canadá, Argentina, México, Alemanha e o Brasil.

Entender e agir

A intenção da Corteva Agriscience foi entender onde estavam as coincidências e as desigualdades de percepções registradas por mulheres do meio agrícola, de países que possuem características sociais e econômicas diferentes, além de descobrir quais eram suas principais aspirações, desejos e dificuldades no setor. “Curiosamente percebemos que apesar das diferenças desses países, os resultados expressados pelas entrevistadas eram muito comuns”, destacou Vivian Bialski. No Brasil foram escutadas 500 mulheres e um percentual de 90% expressou sentir orgulho de trabalhar no agronegócio.

“Entre os 17 países, 91% das mulheres expressaram orgulho de atuar no agro. O Brasil fica muito próximo da média global. Em contrapartida, ainda encontramos estatísticas muito altas em relação à percepção de discriminação e/ou desigualdade de gênero”, explicou.

Segundo dados da pesquisa, a maioria das entrevistadas diz perceber desigualdade de gênero no campo. Os resultados apontam que as trabalhadoras se sentem pouco ouvidas, e que não possuem acesso à treinamentos e ferramentas de educação. “Muitas relataram que os salários são incompatíveis com a remuneração de homens que exercem funções similares”, contou Bialski.

Na Índia, 98% das participantes responderam sentir orgulho em atuar no agronegócio. Entretanto, o país também expressou o índice mais alto – 78% - no que diz respeito à insatisfação das trabalhadoras em relação à desigualdade de gênero. “Esses dados significam que nem sempre sentir orgulho significa estar satisfeita”, pontuou.

No Brasil, o índice de insatisfação ficou em 77%. Os menores índices de insatisfação ou desigualdade no campo foram observados nos Estados Unidos, ficando em 50%. Países desenvolvidos como Alemanha e Canadá tiveram índices parecidos, em torno de 64% e 65%.

Através dos dados obtidos, a pesquisa buscou identificar quais eram as áreas que as trabalhadoras do campo apontavam necessidade de ser trabalhadas. Dentre os resultados, foram identificados:

- Acesso à educação;

- Treinamentos no que diz respeito ao uso de tecnologias agrícolas;

- Apoio, tanto do ponto de vista jurídico, como social, às mulheres que sofreram ou sofrem algum tipo de discriminação no setor agrícola;

- Maior visibilidade às histórias de sucesso e contribuições das trabalhadoras ao agronegócio.

- Visibilidade à opinião pública ao fato de que ainda existe desigualdade de gênero no campo.

“Foram as cinco áreas levantadas durante a pesquisa, para que possamos começar a trabalhar e diminuir às diferenças de gênero no campo. As entrevistadas expressaram o sentimento de que a sociedade desconhece a discriminação, que ainda continua sendo um problema no campo e que isso precisa ser debatido e controlado”, explicou Vivian.

Ação focada nos resultados

Com base nos dados obtidos na pesquisa a Corteva Agriscience passou a realizar diferentes ações para fortalecer a atuação das mulheres no setor. Um dos exemplos é a Academia de Liderança das Mulheres do Agronegócio, que formou sua primeira turma durante o 4º CNMA. Para saber mais detalhes sobre o programa, acesse aqui.

A Corteva Agriscience lançou, ainda, uma websérie chamada “Esta é minha história”, em 2018, na semana em que se celebra o Dia Mundial da Mulher Rural. No projeto, a companhia dá visibilidade às histórias de dez mulheres do agro. Para este ano, a continuidade do projeto – lançada na segunda quinzena de outubro - é focada nas ações em que a empresa faz como iniciativa privada em parceria com outros atores importantes da cadeia produtiva, para diminuir a desigualdade no campo e atender às expectativas das entrevistadas.

 

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